Centro Europeu pede reforço de vacinação para evitar 500 mil internamentos

27 de Janeiro 2022

Metade dos adultos da União Europeia (UE) já recebeu uma dose de reforço da vacina anticovid-19, mas o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) pede mais, prevendo que isso evitará cerca de 500 mil internamentos.

“A administração de uma dose de reforço como suplemento do curso primário está a avançar mais rapidamente, mas ainda só atingiu 50% da população adulta da UE/EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] e, globalmente, os progressos na absorção continuam a ser desiguais entre países”, frisa o ECDC em comunicado de imprensa.

No dia em que divulga um novo relatório de avaliação de risco, a agência europeia de apoio aos países estima, com base numa modelização face às doses de reforço já administradas, que esta vacina adicional poderá reduzir entre 500 mil a 800 mil internamentos devido à variante de preocupação altamente contagiosa Ómicron, por permitir “níveis mais elevados de proteção vacinal”.

“O alargamento do programa de reforço a todos os indivíduos anteriormente vacinados poderia reduzir as admissões em mais 300 mil a 500 mil”, acrescenta a agência europeia.

Ainda assim, segundo o ECDC, o próprio “curso completo de vacinação primária anticovid-19 na população total da UE/EEE está a aumentar lentamente, tendo atingido apenas 70%” até terça-feira.

“Para além da implementação contínua de programas de vacinação, a manutenção das principais intervenções não-farmacêuticas [medidas restritivas] é crucial no futuro imediato, a fim de assegurar que a intensidade da circulação de Ómicron se mantenha a níveis controláveis”, recomenda o centro europeu.

Entre essas medidas estão “o distanciamento físico, o uso consistente e correto da máscara, a prevenção de situações de aglomeração, o trabalho a partir de casa quando possível, a permanência em casa quando doente e a manutenção da higiene das mãos e respiratória, juntamente com uma boa ventilação dos ambientes internos”, elenca o ECDC.

A posição surge numa altura de elevado ressurgimento de casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 principalmente devido à elevada transmissibilidade da variante Ómicron.

Dados divulgados na página da Internet do ECDC sobre vacinação revelam que, na UE, 81,3% da população adulta está totalmente vacinada, o equivalente a 297 milhões de pessoas.

Ainda segundo os dados do centro europeu que tem por base as notificações dos Estados-membros, 189 milhões de doses de reforço foram já administradas na UE.

Citada pela nota hoje divulgada, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, comenta que, “com um aumento da imunidade e mais vacinação, é possível esperar alcançar uma situação mais sustentável com a covid-19 a circular a níveis controláveis mais rapidamente”.

Ainda assim, é preciso “com previsões a longo prazo e a manutenção das principais intervenções não-farmacêuticas [medidas restritivas] continua a ser crucial no futuro imediato para manter a Ómicron a níveis controláveis”, avisa a responsável europeia pela tutela.

A curto prazo, Stella Kyriakides diz ser necessário “manter a vigilância para detetar potenciais variantes futuras e seguir as últimas provas científicas para determinar os próximos passos na resposta comum [da UE] à covid-19”.

“Continuamos a trabalhar como prioridade para assegurar que as vacinas adaptadas sejam produzidas e aprovadas o mais rapidamente possível, se necessário”, adianta a comissária europeia.

LUSA/HN

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