“Este estudo, no fundo, está a testar um fármaco o ‘Baricitinib’, usado na artrite reumatoide, para saber a sua utilidade nestas formas graves de Covid-19, nomeadamente nos doentes que estão sob suporte ventilatório evasivo”, explicou à agência Lusa o médico intensivista Luís Linhares.
O CHUC iniciou a sua participação no ensaio com um doente com cerca de 50 anos, que teve uma “evolução rápida da doença, com gravidade, que foi admitido nos cuidados intensivos e está neste momento ventilado”, acrescentou.
Apesar de se estar numa fase muito inicial e do doente ter sido selecionado há poucos dias, o investigador principal Luís Linhares disse que o paciente “está a evoluir favoravelmente”.
“O CHUC participa durante um ano no ensaio e a expectativa é que possamos recrutar 19 doentes que tenham evolução grave da doença, que é aí que o fármaco aparenta ter a sua utilidade”, adiantou.
Este ensaio insere-se no projeto EU-SolidAct, que envolve 15 países europeus, promovido pelo Hospital da Universidade de Oslo (Noruega), cuja meta é angariar mais de 900 doentes, para que a amostra atinja o “tamanho suficiente para se efetuar uma análise estatística que suporte a utilidade do fármaco”.
Em Portugal, além do CHUC, participam os centros hospitalares e universitários de São João e de Santo António, no Porto, e do Algarve, o Hospital Beatriz Ângelo (Loures) e os centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Lisboa Centro.
“Para os doentes críticos com Covid-19 ainda não temos muitos tratamentos e este fármaco poderá ser uma arma terapêutica importante”, sublinhou Luís Linhares.
Segundo o médico intensivista, as unidades de saúde dos Estados Unidos da América já utilizam o fármaco ‘Baricitinib’ nos doentes com Covid-19 grave, com base num pequeno estudo que envolveu 50 doentes naquele país.
“Este estudo europeu vai dar certamente para tirar conclusões mais robustas”, admitiu.
Se for comprovada a eficácia deste fármaco, prevê-se a redução da mortalidade das formas graves de Covid-19 e a redução do número de dias de ventilação mecânica invasiva e a consequente diminuição do tempo de internamento em unidade de cuidados intensivos e em meio hospitalar.
LUSA/HN
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