Segundo Maria João Baptista, após ter sido ligado a ventilação mecânica, o “bebé foi ficando estável”, estando a “equipa clínica a prestar todos os cuidados de que necessita”.
“Posso dizer que a situação está controlada”, acrescentou.
A especialista revelou que o bebé deu entrada no hospital “com covid-19 e com um quadro clínico compatível com a existência de uma miocardite”.
Detalhando, Maria João Baptista explicou que o bebé “estava clinicamente muito doente, tinha arritmias cardíacas que foram muito difíceis de controlar (…) necessitou de ser ventilado mecanicamente e, apesar de todas as medidas que foram instituídas, entrou num choque cardiogénico, em que o coração deixa de ser capaz de assegurar a circulação do sangue pelo corpo e houve a necessidade de colocá-lo em ECMO”.
“Posteriormente o bebé foi ficando estável, a equipa clínica está a prestar todos os cuidados de que necessita e posso dizer que a situação está controlada”, disse, admitindo que, apesar de ser “um quadro grave, que inspira cuidados”, é um “excelente sinal saber que o bebé respondeu bem ao ECMO e que ficou estável”.
E prosseguiu: “Parece tratar-se de uma infeção de Covid-19 com um quadro de miocardite. Como é evidente, neste tipo de casos temos de pensar qual é a causa mais provável, e esta parece ser a mais provável, mas como é obvio, há outras miocardites que são provocadas por outros vírus e, neste momento, estamos a pesquisar outros vírus que não foram até ao momento identificados e temos de procurar outras causas para ter a certeza que aquilo que aconteceu foi uma miocardite associada à Covid-19”.
Numa mensagem a todos os pais, a médica recomendou que ”haja tranquilidade”, enfatizando que “a existência de infeções com esta gravidade é muito rara em idade pediátrica e, sobretudo, em bebés tão pequenos”.
“Sabemos que com esta idade, com 13 meses, é um bebé frágil e que corre sempre um risco perante uma infeção, seja o SARS-COV-2 ou qualquer outro vírus, de ter um processo que é mais grave, que pode ter de entrar em cuidados intensivos e em ECMO. O que é que nós devemos fazer é ser prudentes. Não é provável que uma criança vá ter um quadro destes, os pais não têm de ficar alarmados. Não estamos à espera de ter um aumento de casos deste género”, assinalou a diretora clínica.
Continuando a dirigir-se aos pais, lembrou haver medidas que “protegem todos, para evitar as infeções e a gravidade das infeções”, como a utilização da máscara, o arejamento dos espaços fechados e evitar os contactos desnecessários, insistindo que “todas as pessoas que são potencialmente elegíveis para fazer a vacina devem proteger-se e devem fazer a vacina”.
Sobre as próximas horas do bebé, disse que os médicos vão “deixar que ele descanse um pouco”, pois é necessário que fique “mais estável para que nos próximos dias” possam “retirar a ECMO e perceber se o coração funciona normalmente”.
“Acreditamos muito que seja isso que vai acontecer”, acrescentou.
Fonte daquela unidade hospitalar disse à Lusa que a criança estava internada no Centro Materno Infantil do Norte por Covid-19, mas teve que ser transferida para o Hospital de S. João por “alterações cardíacas”.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.710.711 de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado na sexta-feira.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.171 pessoas e foram contabilizados 2.884.540 casos de infeção, segundo dados de hoje da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul
LUSA/HN
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