Faleceu Maria Carrilho, antiga deputada do PS e pioneira no estudo das questões de Defesa

6 de Fevereiro 2022

A antiga dirigente e deputada do PS Maria Carrilho, que se destacou pelo caráter pioneiro dos seus estudos na área da Defesa, faleceu este domingo, em Lisboa, vítima de leucemia, aos 78 anos.

Fonte socialista disse à agência Lusa que Maria Carrilho, antiga vice-presidente da Assembleia da República e antiga eurodeputada do PS, morreu hoje de madrugada no Hospital CUF Tejo, onde se encontrava internada há algum tempo.

No plano académico e científico, Maria Carrilho, professora catedrática do ISCTE, licenciou-se em sociologia pela Universidade de Roma, tendo feito doutoramento em sociologia política pela Universidade Técnica de Lisboa, e era coordenadora do mestrado em Estudos Europeus no ISCTE.

Maria Carrilho esteve na primeira linha política com a eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral do PS em 1992, tendo pertencido ao Secretariado Nacional deste partido.

Especialista em assuntos de Defesa Nacional e em Assuntos Europeus, foi eleita eurodeputada pelo PS em 1999, funções em que permaneceu até 2004.

Ao longo da sua vida, Maria Carrilho publicou várias obras, destacando os “Novos media, novas políticas?” (2002); “Portugal no contexto Internacional: Opinião pública, defesa e segurança” (1998); “Segurança e Defesa na Opinião Pública Portuguesa” (1995); “Democracia e Defesa”, (1994), “Mulheres e Defesa Nacional”, (1992); “Forças Armadas e Mudança Política em Portugal no Século XX” (1985); “Sociologia da Negritude” (este primeiro publicado em Roma em 1973); e “Portogallo, La Via Militare”, Milão (1975).

No Parlamento Europeu, Maria Carrilho dedicou parte do seu trabalho à política de cooperação e desenvolvimento com África, tendo feito aprovar vários relatórios sobre este tema.

Maria Carrilho defendeu necessidade de as instituições europeias passarem a encarar a vertente da cooperação como “uma modalidade mutuamente vantajosa para a UE e os países mais desfavorecidos”.

“A Europa parece encarar a sua política de cooperação para o desenvolvimento mais como uma obrigação ditada pela má consciência resultante do seu passado colonial, do que como uma modalidade mutuamente vantajosa”, sustentou.

LUSA/HN

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