FMI diz que apoios devem ser limitados a setores ainda afetados

8 de Fevereiro 2022

O diretor do departamento europeu do FMI reiterou esta terça-feira que os apoios devem ser direcionados para os setores mais afetados pela pandemia, considerando que depois de a recuperação estar enraizada o caminho passa por um ajuste orçamental gradual.

“Estamos a verificar que o apoio orçamental está a torna-se mais direcionado”, disse Alfred Kammer, diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), durante uma intervenção numa mesa redonda sobre a recuperação económica na Europa, realizada por meios telemáticos e organizada pelo Serviço de Estudos do Parlamento Europeu.

O responsável do FMI sublinhou que os apoios devem ser limitados “aos setores ainda afetados” pela pandemia e usados “para reforçar as redes de segurança, facilitar a realocação de mão de obra e recursos e aumentar o investimento público”.

Para Alfred Kammer, quando a recuperação da economia da zona euro estiver enraizada, é necessário iniciar um ajuste orçamental “gradual”.

O responsável pelo departamento europeu do FMI recordou os dados publicados esta segunda-feira pela instituição que salientam que a economia da zona euro está a recuperar rapidamente, apesar de a incerteza continuar elevada.

Nessa análise, o FMI assinala que a inflação acelerou em 2021, refletindo sobretudo os efeitos de base dos preços da energia do ano passado e fatores temporários, admitindo que constrangimentos na oferta, os preços elevados na energia e o ressurgimento de casos de Covid-19 podem representar obstáculos no curto prazo para o crescimento.

Contudo, espera que estes fatores se dissipem ao longo deste ano, permitindo que a recuperação continue, impulsionada por um mercado de trabalho forte, a normalização da taxa de poupança das famílias e do impulso dado pelo Next Generation EU.

Para o FMI, com a dissipação dos fatores temporários que levaram à subida dos preços, a inflação deverá diminuir durante este ano e permanecer abaixo da meta de 2% do BCE no médio prazo.

LUSA/HN

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