Hospital Garcia de Orta acusado de só pagar subsídio covid a metade dos enfermeiros da Urgência Pediátrica

12 de Fevereiro 2022

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) acusou na sexta-feira a administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, de não pagar o subsídio de risco covid a metade dos enfermeiros que trabalham na Urgência Pediátrica.

“Não existem ‘numerus clausus’ para o subsídio de risco covid”, afirma, em comunicado, o coordenador da região sul do Sindepor, Luís Mós, que promete questionar a administração do hospital sobre o não pagamento do subsídio covid a parte dos enfermeiros.

No comunicado, o Sindepor considera tratar-se de “uma decisão unilateral, injusta e incompreensível”, e recorda que a Urgência Pediátrica do Hospital Garcia de Orta está “a funcionar no limite, com cerca de 30% dos enfermeiros em isolamento profilático”, adiantando que é uma “situação recorrente”.

“A boa vontade e entrega dos enfermeiros que se mantêm em funções têm permitido que a prestação de cuidados de saúde pediátricos não entre em rutura durante as 24 horas de funcionamento, com o consequente aumento do pagamento de trabalho extraordinário”, acrescenta o documento, que também adverte para a saída de enfermeiros da Urgência Geral do Hospital Garcia de Orta, em Almada, no distrito de Setúbal.

“Recentemente, saíram do hospital cinco enfermeiros e os que se mantêm ao serviço queixam-se de exaustão. Neste contexto, o Sindepor vai perguntar à administração do Garcia de Orta quais as medidas que tem em curso ou as que pretende adotar para travar a saída de enfermeiros”, lê-se no comunicado.

Na reunião que pretende ter com a administração do Hospital Garcia de Orta, o Sindepor promete também questionar as diferenças entre enfermeiros com Contratos de Trabalho em Funções Públicas e com Contrato Individual de Trabalho, alegando que estes últimos “desempenham as mesmas funções, mas são prejudicados a vários níveis”.

A agência Lusa confrontou a administração do Hospital Garcia de Orta com as acusações do Sindepor, mas não obteve resposta em tempo oportuno.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ordem dos Médicos Monitoriza Impacto do Apagão no SNS

A maior falha elétrica das últimas décadas deixou Portugal e Espanha às escuras, afetando serviços essenciais. A Ordem dos Médicos ativou célula de crise e garante resposta urgente nos hospitais, apesar das dificuldades.

Corte de energia condiciona funcionamento da ULS Almada-Seixal

Na sequência do corte generalizado de energia que afectou o País esta segunda-feira, a Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) activou o seu Plano de Contingência e anunciou várias alterações no funcionamento dos seus serviços para o dia 29 de abril.

Incêndio no Hospital de Ponta Delgada seria difícil de prever

A avaria nas baterias de condensadores que deu origem ao incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), nos Açores, no ano passado, seria “muito difícil de prever”, admitiu um técnico da empresa responsável pela manutenção.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights