Centenas de manifestantes continuavam hoje acampados junto ao Parlamento de Wellington pelo sexto dia consecutivo, num protesto que chegou a reunir cerca de 3.000 pessoas, segundo a polícia neozelandesa.
Para tentar desencorajar os manifestantes, o trabalhista Trevor Mallard recorreu ao sistema de altifalantes do Parlamento para difundir músicas em ‘loop’ (de forma repetitiva), juntamente com mensagens educativas sobre a Covid-19 e a importância das vacinas, segundo as agências EFE e Associated Press (AP).
Para tentar “abafar” o som do sistema do Parlamento e canções como a dos espanhóis Los del Río ou de artistas como o norte-americano Barry Manilow, os manifestantes responderam com música da sua escolha, que reproduziram nos seus próprios altifalantes.
Recorreram também à buzina de um camião para tentar manter vivo o protesto, inspirado pelos camionistas canadianos do movimento contra a vacinação “Caravana da Liberdade”.
A lista musical dos manifestantes incluiu o tema “We’re Not Gonna Take It”, que pode ser traduzido por “não o vamos aceitar”, da banda norte-americana de ‘heavy metal’ Twisted Sister, que começa por dizer “tenho febre”.
A medida do presidente do Parlamento provocou uma multiplicidade de reações nas redes sociais, incluindo a do cantor britânico James Blunt, que, numa mensagem irónica no Twitter, pediu para ser tido em conta se a música escolhida por Mallard não funcionasse.
Nem estas medidas de pressão não violentas nem uma tempestade que tem assolado Wellington desde sábado, com chuvas fortes e ventos de até 130 quilómetros por hora, dissuadiram os manifestantes que continuavam hoje acampados em frente ao Parlamento.
O protesto começou com uma caravana de camiões e carros que se dirigiu até ao Parlamento de Wellington, inspirada nos protestos no Canadá, e, desde então, entre 400 e 500 manifestantes têm-se mantido em tendas que montaram no complexo.
O Governo da Nova Zelândia, da primeira-ministra trabalhista Jacinda Ardern, adotou uma das estratégias mais rigorosas do mundo para combater a pandemia de Covid-19.
O plano implicou o encerramento das fronteiras do país da Oceânia e a obrigatoriedade da vacinação para certos profissionais, incluindo professores, médicos, enfermeiros, polícia e pessoal militar.
Muitos manifestantes no Parlamento também se opõem à obrigatoriedade do uso de máscara em certas situações, como nas lojas ou nas salas de aula para crianças com mais de 8 anos.
A estratégia do Governo permitiu que o país de cerca de cinco milhões de habitantes registasse até agora apenas 53 mortes por Covid-19, entre menos de 20.000 casos de infeção, e com 77% da população vacinada.
LUSA/HN
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