Canadá alivia medidas e deixa de exigir teste PCR negativo na fronteira

16 de Fevereiro 2022

O governo do Canadá anunciou na terça-feira o alívio das medidas de combate à pandemia de Covid-19 nas suas fronteiras, em particular o fim da exigência de um teste PCR negativo para entrar no país.

“É altura de ajustar a nossa abordagem. Hoje estamos a relaxar as nossas medidas nas fronteiras”, referiu o ministro da Saúde, Jean-Yves Duclos.

O governo canadiano, que invocou na segunda-feira poderes de emergência para reprimir os protestos contra as restrições de combate à pandemia de Covid-19 que paralisaram a capital e bloquearam passagens fronteiriças, também suspendeu a recomendação para que se evitem viagens para fora do país.

Os manifestantes que bloquearam durante mais de duas semanas o posto fronteiriço de Coutts, no oeste do Canadá, terminaram ontem o protesto após a polícia ter detido 13 pessoas na véspera.

Em imagens divulgadas nas redes sociais, podem ver-se manifestantes, que desde 29 de janeiro protestavam contra as restrições de combate à pandemia de Covid-19, a abraçarem-se aos polícias após terminarem o bloqueio.

Na segunda-feira, a polícia tinha divulgado a detenção de 13 pessoas que faziam parte de um grupo de manifestantes que estava na posse de, entre outros, armas, munições abundantes ou coletes à prova de bala.

A polícia explicou, em comunicado, que este grupo tinha manifestado a sua vontade de “utilizar a força” caso as autoridades tentassem terminar com o bloqueio do posto fronteiriço de Coutts, uma passagem importante para as exportações agrícolas para a província de Alberta, Estado de Montana, nos Estados Unidos.

Já em Emerson, na província de Manitoba, no centro do Canadá, a circulação na passagem para o Estado de Dakota do Norte continuava a ser dificultada na terça-feira por grupos de camionistas e agricultores.

O chefe da polícia de Otava renunciou ontem ao cargo, perante as críticas de inação ao seu departamento contra os protestos de camionistas que paralisaram a capital do Canadá durante mais de duas semanas, revelou fonte do governo federal.

O protesto de centenas de camionistas contra as restrições de combate à pandemia de Covid-19, que paralisaram a capital, resultou no fracasso do chefe da polícia, Peter Sloly, que não conseguiu terminar com o cerco desde o início.

O bloqueio motivou muitas críticas por parte dos cidadãos de Otava.

Ao invocar na segunda-feira a Lei de Emergências do Canadá, que dá ao governo federal amplos poderes para restaurar a ordem, o primeiro-ministro Justin Trudeau descartou o uso das forças armadas e garantiu que as medidas de emergência seriam “limitadas no tempo, geograficamente direcionadas e razoáveis ​​e proporcionais às ameaças que devem abordar”.

Há mais de duas semanas, centenas e, às vezes, milhares de manifestantes em camiões e outros veículos entupiram as ruas de Otava, a capital, contestando a vacinação obrigatória para camionistas e outras medidas de combate à pandemia adotadas pelo Governo liberal de Trudeau.

Membros da chamada “Freedom Convoy” (“Caravana da Liberdade”, em tradução livre) bloquearam também vários postos fronteiriços entre o Canadá e os Estados Unidos, embora o mais importante e mais movimentado – a ponte Ambassador, que liga Windsor, Ontário, à cidade norte-americana de Detroit – tenha sido reaberto no domingo, após intervenção da polícia, que deteve os últimos manifestantes e pôs fim ao cerco de quase uma semana que fez parar a indústria automóvel nos dois países, por falta de componentes.

LUSA/HN

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