Na capital do Canadá, as forças policiais alertaram os motoristas para saírem, correndo o risco de prisão.
Ao mesmo tempo, os manifestantes abandonaram os protestos ao longo da fronteira com os Estados Unidos – em Emerson, Manitoba, junto ao estado da Dakota do Norte, disse a polícia.
Com a retirada, todas as passagens de fronteira foram abertas pela primeira vez em mais de duas semanas de bloqueio.
Em Otava, “polícias destacados” vestidos com coletes amarelos foram bater às portas de cada camião estacionado junto ao parlamento canadiano, para entregar folhetos aos camionistas com o aviso de que poderiam ser processados, perder as licenças e ver os seus veículos serem apreendidos. A polícia também começou a multar as viaturas.
Alguns camionistas rasgaram o documento, tendo manifestante gritado: “Eu nunca vou voltar para casa!”.
Outros atiraram o aviso para a sanita da casa de banho colocada na rua. Os manifestantes buzinaram de forma desafiadora no centro da cidade. Pelo menos um camionista afastou-se do Parliament Hill (Colina do Parlamento, em tradução simples).
Não houve nenhuma palavra da polícia sobre quando os camiões saíram daquele local.
Marie Eye, de Victoriaville (Quebeque), que tem feito sopa para os manifestantes, disse que os avisos eram “apenas um pedaço de papel” e duvidava que a polícia tivesse força para remover os camiões.
Os avisos surgem poucos dias depois de o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, ter invocado a lei de emergência.
“Não cabe aos políticos dizer à polícia quando e como fazer as coisas. O que fizemos com a ação de emergência é garantir que polícia tenha as ferramentas necessárias”, disse hoje Justin Trudeau, acrescentando que é algo, como todos os moradores de Otava, que espera “que aconteça em breve”.
Desde o final de janeiro, manifestantes em camiões e noutras viaturas lotam as ruas da capital canadiana e obstruem as passagens de fronteira.
As manifestações do autodenominado “Freedom Convoy” (“Comboio da Liberdade”, em tradução simples) inicialmente se concentraram contra a obrigatoriedade da vacina para os camionistas que entram no Canadá, mas transformaram-se logo num ataque às restrições e ao primeiro-ministro.
Os protestos atraíram o apoio da extrema-direita e foram aplaudidos e receberam doações de conservadores norte-americanos, provocando queixas em alguns setores sobre os Estados Unidos serem uma má influência para o Canadá.
Na terça-feira, as autoridades de Otava disseram que 360 viaturas permaneciam no centro da cidade.
LUSA/HN
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