“A principal preocupação são as chuvas torrenciais que irão acompanhar o ciclone. Espera-se entre 150 e 250 milímetros de água nas áreas planas e entre 400 e 500 milímetros nas áreas mais altas, que cairão em terreno absolutamente saturado”, afirmou a porta-voz da OMM, Claire Nullis, numa conferência de imprensa conjunta em Genebra, em que participaram o Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários e o Programa Alimentar Mundial (PAM).
O Emnati poderá trazer ventos de mais de 150 quilómetros por hora e provocar inundações nas zonas costeiras do sudeste da ilha, afetando áreas atingidas há algumas semanas pelo ciclone Batsirai, que matou, pelo menos, 120 pessoas, estima a agência das Nações Unidas para a meteorologia.
As áreas costeiras já estão em alerta vermelho com previsões de ondas de mais de dez metros na costa e uma subida do nível do mar de, pelo menos, um metro, o que poderá causar fortes inundações na área, advertiu Nullis.
Madagáscar foi atingido pelas tempestades tropicais Ana e Dumako em janeiro, e na sequência de Batsirai, mais de 20.000 pessoas perderam as suas casas, disse o porta-voz do Escritório para a Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke.
A porta-voz da OMM explicou que, embora seja invulgar ver tantas catástrofes naturais num espaço de tempo tão curto num único país, não é invulgar durante a época das tempestades tropicais. A sucessão de catástrofes meteorológicas em Moçambique há três anos é outro destes exemplos.
Para além das tempestades tropicais e ciclones, o sul de Madagáscar foi afetado nos últimos meses por uma grave seca, que aumentou os níveis de alarme devido ao grave impacto na agricultura e na pecuária, colocando as comunidades afetadas numa situação alimentar crítica.
O porta-voz do PAM, Thomson Phiri, sublinhou que o ciclone Emnati irá aumentar ainda mais a crise alimentar no país.
“O impacto do ciclone provocará ainda mais escassez nos mercados e isso levará a um novo aumento dos preços dos produtos básicos, cujo acesso continua a ser muito difícil para milhares de pessoas hoje em dia”, afirmou Phiri.
LUSA/HN
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