O país da África Austral relatou a descoberta de um caso de poliovírus selvagem há uma semana.

Segundo a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Maláui, Janet Kayita, a criança de quatro anos diagnosticada com poliomielite não estava totalmente vacinada.

As autoridades pretendem vacinar quase três milhões de crianças com menos de cinco anos de idade. “A próxima campanha de imunização contra a poliomielite avança dentro de quatro semanas (…) e abrangerá cerca de 2,9 milhões de crianças em todo o país”, disse Queen Dube, diretora do Ministério da Saúde do Maláui.

O Governo encomendou cerca de 14 milhões de doses da vacina. Espera-se que a vacinação se estenda para além das fronteiras do Maláui e vise alguns distritos nos países vizinhos, acrescentou.

Dube disse que estava agendada para segunda-feira uma reunião de emergência dos reguladores de saúde internacionais e que poderia recomendar a vacinação obrigatória para os viajantes para o Maláui, a fim de travar a propagação do vírus.

O representante da Unicef no país, Rudolf Schwenk, descreveu na terça-feira o surto como uma “situação muito grave”. “Temos coletivamente de agir rapidamente porque se trata de uma emergência nacional”, afirmou numa conferência de imprensa.

O Presidente do Maláui, Lazarus Chakwera, declarou uma emergência sanitária nacional.

Testes laboratoriais demonstraram que a estirpe detetada está relacionada com uma estirpe que tem estado a circular na província de Sindh, no Paquistão.

A poliomielite, um vírus infeccioso e contagioso que ataca a medula espinal e causa paralisia irreversível em crianças, continua endémico no Paquistão e no país vizinho, o Afeganistão.

A África foi declarada livre de poliomielite selvagem indígena em agosto de 2020, após a eliminação de todas as formas de poliomielite selvagem.

Não se registaram casos de poliomielite no continente nos últimos quatro anos – o limiar para a erradicação.

NR/HN/LUSA