O gesto sem precedentes do Papa Francisco de visitar a embaixada russa, localizada na Via de la Conciliazone, em Roma, faz parte do esforço do Vaticano pelo diálogo e pelo retorno à mesa de negociações das partes envolvidas no conflito em torno da Ucrânia.
O embaixador russo junto ao Vaticano, Alexander Avdeev, está a preparar o segundo encontro entre Francisco e o Patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa, mantendo o Papa constantemente informado sobre o conflito na Ucrânia.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
Hoje, o Vaticano anunciou também que o Papa cancelou uma visita agendada para domingo a Florença e não vai presidir as comemorações da Quarta-feira de Cinzas na próxima semana devido um problema de saúde, nomeadamente uma dor “aguda” no joelho.
Francisco, de 85 anos, está há várias semanas com uma inflação nos ligamentos do joelho direito.
O Vaticano disse que o Papa cancelou a sua participação nos eventos após os seus médicos prescreverem um período de descanso.
Apesar destes cancelamentos, o Vaticano divulgou o itinerário de Francisco para a visita entre 02 e 03 de abril a Malta, deixando claro que o Papa planeia seguir em frente com sua agenda de viagens.
LUSA/HN
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