Em declarações à agência Lusa, Margarida Martinho, secretária-geral da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, reconheceu que, tal como noutras áreas, “a pandemia também prejudicou esta área da saúde da mulher, seja pela falta de acesso nos cuidados de saúde primários, seja porque a mulher teve medo de se dirigir aos serviços de saúde”.
“Há mais casos de mulheres mais novas com miomas maiores e com mais sintomas”, afirmou.
A especialista contou ainda que há situações em que as mulheres aparecem com sintomas mais graves porque “não valorizaram as perdas [de sangue], o facto de ter dor, ou algum aumento do volume abdominal”. Nalguns casos, “sabendo que tinham miomas, adiaram a sua avaliação”, acrescentou.
Margarida Martinho explicou que a perceção é de que esta situação é habitualmente assintomática na maioria e estava muito relacionada com a idade, mas frisou: “Temos noção de que aparecem situações em idades mais jovens e que nessas mulheres são também miomas maiores, mais sintomáticos, que condicionam mais a abordagem e, muitas vezes, o futuro reprodutor destas mulheres”.
A especialista lembra que a mulher não deve desvalorizar os sintomas e sublinha que, mesmo sem sintomas, não se devem falhar as consultas de rotina.
“É um hábito de rastreio importantíssimo, no âmbito da sua saúde, que frequente pelo menos uma vez por ano o seu ginecologista ou que recorra aos cuidados de saúde primários para ter, pelo menos, uma primeira abordagem àquilo que são os rastreios ginecológicos”, afirmou.
LUSA/HN
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