O governo de Carrie Lam foi criticado por não encorajar os idosos a serem vacinados, bem como pela sua falta de clareza na comunicação sobre o que deve ser feito para conter o aumento de casos de novo coronavírus que a cidade está a enfrentar atualmente.

“Quando a situação ficou fora de controlo, tudo o que o governo fez foi fugir das suas responsabilidades”, escreveu Wong Chack-kie, ex-assessor do anterior governo de Hong Kong, num artigo de opinião publicado terça-feira num jornal de Hong Kong.

“Qualquer líder com decência deveria renunciar, por vergonha, depois de ver tantos idosos a morrer, devido à má conduta política”, acrescentou Wong, que classificou a crise sanitária de “calamidade provocada pelo ‘homem'”.

Hong Kong registou mais de 740.000 casos de covid-19, incluindo 4.300 mortes, em menos de três meses, a maioria em lares de idosos.

Nas últimas semanas, rumores de um possível confinamento e triagem em massa da população alimentaram o pânico, à medida que os habitantes corriam para os supermercados, esvaziando prateleiras e provocando escassez de alguns produtos.

As críticas a Carrie Lam por parte dos partidários de Pequim acontecem num momento delicado para Hong Kong, que deve escolher seu novo líder em 01 de julho.

Importantes figuras do regime chinês, incluindo o Presidente, Xi Jinping, são esperadas na cidade nessa data, para celebrar o 25.º aniversário da transferência de Hong Kong do Reino UNido para a China.

A quinta vaga de Covid-19 que atualmente atinge a cidade está a testar pela primeira vez o governo fiel a Pequim e alguns analistas consideram que a situação pode levar a instabilidade política.

LUSA/HN