Cabo Verde assume “intervenção muito forte” em políticas para combater tráfico de pessoas

18 de Março 2022

O Governo cabo-verdiano mostrou-se esta quinta-feira “preocupado” com os efeitos da pandemia e dos conflitos para situações de tráfico de pessoas, mas garantiu estar a atuar na prevenção e a ter uma “intervenção muito forte” em políticas sociais.

A firmação é da secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, no âmbito do encerramento, na cidade da Praia, de uma reunião alargada dos membros do Observatório de Monitorização e Identificação Rápida de Situações de Tráfico de Pessoas, dizendo que o país é “vulnerável” devido aos efeitos da Covid-19 e dos conflitos entre países.

Por isso, disse que o executivo está a atuar na prevenção e a fazer “intervenções muito bem articuladas” entre os diferentes setores, entre os diferentes ministérios e os seus serviços tutelados.

“Nós temos uma intervenção muito forte relativamente a todas as políticas sociais, que são transversais, no sentido de empoderar as famílias, porque são as famílias mais pobres, nomeadamente mulheres e crianças, que estão em situação de vulnerabilidade social que são as vítimas do tráfico de pessoas humanas”, salientou a governante.

Nesse sentido, referiu que um dos propósitos do Governo é a erradicação da pobreza extrema, que afeta mais de 115 mil pessoas e a redução da pobreza absoluta, que afeta mais de 50 mil pessoas.

“Estamos a trabalhar empenhadamente na implementação dessas políticas, mas sempre em articulação com os outros serviços tutelados, com os outros ministérios”, disse a secretária de Estado.

Lídia Lima garantiu ainda que o Governo vai investir em políticas de sensibilização, informação e formação dos dirigentes das diferentes instituições para complementar as políticas do Ministério da Justiça.

Também disse que o executivo cabo-verdiano está a contar com os parceiros internacionais, como a União Europeia, as Nações Unidas, os Estados Unidos da América e outros países e instituições.

“É um problema mundial, que Cabo Verde também está a trabalhar, porque sofre também com esses mesmos problemas e, portanto, nós temos de contar com os parceiros internacionais que nos trazem também conhecimentos, ferramentas, ações de formação e outras técnicas para especializarmos a nossa atuação dentro dessas matérias”, reforçou.

A reunião, que decorreu desde terça-feira, é organizada pelo Ministério da Justiça, através da Direção Geral de Políticas de Justiça, em parceria com o Centro Internacional de Desenvolvimento de Políticas Migratórias.

O objetivo é reforçar a capacidade institucional do Observatório visando o cabal cumprimento do seu mandato, através do projeto Observe-CV, financiado pelo Departamento de Estado norte-americano.

O Observatório de Monitorização e Identificação Rápida de Situações de Tráfico de Pessoas em Cabo Verde foi criado em 2018 através da Resolução n.º 40/2018 com a aprovação do 1.º Plano Nacional Contra o Tráfico de Pessoas.

LUSA/HN

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