“É ainda muito cedo para tratar a [variante] Ómicron como uma gripe”, apontou Liang Wannian, durante uma entrevista à televisão estatal CCTV.
Liang explicou que a proporção de pacientes com sintomas graves está a diminuir, mas a “transmissão rápida da variante pode causar um alto número de infeções num curto período de tempo”, o que faria com que os “números absolutos de mortes e doenças graves fossem também altos”.
Liang disse que “não é o momento certo” para abandonar a atual estratégia de controlo da pandemia, pois desistir dela tornaria as conquistas dos últimos dois anos “inúteis”.
A China continua a aplicar uma política de “tolerância zero” à Covid-19, que acarreta o encerramento praticamente total das fronteiras, isolamento de todos os infetados e contactos próximos, e medidas de confinamento e testes em massa sempre que um surto é detetado.
Segundo Liang, esta estratégia “provou ser eficaz” na “proteção da vida das pessoas” e também conseguiu “estabelecer um equilíbrio entre a prevenção da pandemia e o desenvolvimento económico”.
“A pandemia está longe de terminar”, alertou o especialista, que deu como exemplo os recentes surtos na maioria das províncias chinesas.
De acordo com os últimos dados da Comissão de Saúde da China, foram detetados, nas últimas 24 horas, 1.947 casos de Covid-19. O país somou ainda 2.384 casos assintomáticos, que são registados separadamente pelas autoridades sanitárias.
Dados oficiais do Governo chinês indicaram que, desde o início da pandemia, 4.638 pessoas morreram e 132.226 foram infetadas no país.
A Covid-19 causou mais de seis milhões de mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
LUSA/HN
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