Detidas 700 pessoas refugiadas numa cave de hospital em Mariupol

27 de Março 2022

As autoridades de Mariupol, no sul da Ucrânia, denunciaram este sábado a detenção de 700 pessoas, entre elas médicos e doentes, que se tinham refugiado na cave de um hospital da cidade sob fogo das tropas russas.

Fontes locais informaram, segundo o portal ucraniano Ukrinform, que um número indeterminado foi deportado para local desconhecido.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha advertido que não existem corredores humanitários seguros para se retirar a população de Mariupol.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, afirmou, por seu turno, através da televisão pública, que só podem sair da cidade veículos privados, já que as tropas russas estão a impedir a passagem de autocarros.

Kiev e Moscovo têm estado a responsabilizar-se mutuamente de que os corredores humanitários acordados por ambas as partes não estão a funcionar.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na sexta-feira, na cimeira da União Europeia (UE), em Bruxelas, a intenção do seu país, em cooperação com a Turquia e a Grécia, de apoiar a evacuação de Mariupol, onde se estima que estejam cercados cerca de 100 mil habitantes.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

LUSA/HN

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