Confirmada condenação da Johnson & Johnson no caso dos implantes vaginais

13 de Abril 2022

Um tribunal de recurso da Califórnia confirmou esta terça-feira a condenação da farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson (J&J), que terá de pagar 302 milhões de dólares ao Estado por comercializar, de forma enganadora, implantes vaginais.

A Johnson & Johnson tinha apelado em 2020 da condenação do Tribunal Superior a multas no valor de 344 milhões de dólares (cerca de 317 milhões de euros) contra a Ethicon, subsidiária da gigante farmacêutica.

Agora, o tribunal de recurso confirmou a pena em primeira instância, mas reduziu o valor em 42 milhões de dólares para 302 milhões de dólares (cerca de 278 milhões de euros).

Para esta instância judicial, confirmaram-se as evidências de que a Ethicon conscientemente enganou médicos e pacientes sobre os riscos que os seus produtos representavam, segundo noticiou o San Francisco Chronicle.

Um porta-voz da Johnson & Johnson confirmou ao mesmo jornal que a empresa vai recorreu para o Supremo Tribunal estatal.

Estes produtos são sintéticos e implantados cirurgicamente na vagina de mulheres cujos órgãos pélvicos cederam ou sofrem de incontinência urinária de esforço ou tossir, espirrar ou levantar objetos pesados.

Muitas mulheres processaram a empresa com sede em Nova Jersey, alegando que o implante causava dor intensa, sangramento, infeções, desconforto durante a relação sexual e a necessidade de cirurgia para a remoção.

Estima-se que a condição afete entre 03% a 17% das mulheres e às vezes torne-se grave em mulheres com mais de 70 anos.

A Johnson & Johnson, a maior fabricante mundial de produtos de saúde, está a contestar outras ações judiciais sobre efeitos colaterais de medicamentos, o seu papel na epidemia de opiáceos nos EUA e alegações de que o seu talco para bebés causou cancro em algumas crianças.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

A má comunicação pode ser agressiva ao cidadão?

Cristina Vaz de Almeida: Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

Crise de natalidade no Japão atinge o seu pico

O Japão registou, em 2024, a taxa de natalidade mais baixa de sempre, segundo estimativas governamentais e, no momento em que a geração “baby boom” faz 75 anos, o país confronta-se com o “Problema 2025”, segundo especialistas.

Cientistas detectam genótipos cancerígenos de HPV em esgotos urbanos

Cientistas uruguaios identificaram genótipos de HPV ligados ao cancro do colo do útero em águas residuais urbanas, sugerindo que a monitorização ambiental pode reforçar a vigilância e prevenção da doença em países com poucos dados epidemiológicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights