Num requerimento entregue na Assembleia Legislativa dos Açores, António Lima e Alexandra Manes questionam o executivo, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, sobre os procedimentos seguidos pelo Serviço Regional de Saúde (SRS) no atendimento a utentes com problemas auditivos, quando não estão acompanhados por um intérprete de língua gestual portuguesa.
“Este requerimento surge no seguimento da situação em que terá sido recusado o atendimento de uma utente surda por um médico na urgência do Hospital de Ponta Delgada, baseado na barreira linguística com a utente”, referem os parlamentares bloquistas, adiantando que a utente só foi atendida horas mais tarde, por outro médico, que acabou por aceitar realizar o atendimento.
No requerimento, o BE/Açores questiona se o Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM teve conhecimento da situação, denunciada pela comunicação social, e se foram implementadas medidas para evitar situações semelhantes no futuro.
Os deputados do BE recordam que, em 2018, foi aprovada uma resolução no parlamento dos Açores, por proposta do Bloco, que recomendava ao executivo a disponibilização de apoio através de intérpretes de língua gestual portuguesa em todos os serviços públicos da Administração Pública Regional com vista a melhorar o acesso das pessoas surdas aos serviços públicos.
“Volvidos cerca de quatro anos sobre essa iniciativa, continuam a verificar-se dificuldades no acesso de pessoas surdas aos serviços públicos, o que constitui particular gravidade quando se trata do acesso a cuidados de saúde”, lamentam os parlamentares bloquistas.
A resolução em causa recomendava também que fossem realizadas ações de formação e sensibilização sobre a comunicação com as pessoas que apresentam dificuldades auditivas, dirigidas às equipas médicas e demais funcionários que contactam diretamente com os utentes no SRS.
LUSA/HN
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