Pandemia e guerra na Ucrânia são desafios que condicionam segurança alimentar em África

15 de Abril 2022

O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, destacou esta quinta-feira em Malabo os “muitos desafios” que afetam África, e enumerou o impacto da pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia na segurança alimentar no continente.

“São muitos os desafios que enfrentamos. Há uma guerra a milhares de quilómetros de África, mas cujos efeitos se sentem no continente, afetando os sistemas alimentares, de produção e distribuição”, destacou Qu Dongyu, que interveio na sessão de encerramento dos trabalhos da 32.ª Conferência Regional para África da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que decorreu entre segunda-feira e hoje em Malabo, capital da Guiné Equatorial.

“Também enfrentamos uma seca na região oriental (de África). Os efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia tiveram impacto na segurança alimentar dos africanos”, salientou o diretor-geral da FAO.

Qu Dongyu desafiou os Estados-membros da organização a “adotarem soluções concretas” para resolver os efeitos da pandemia e da guerra.

“E depois queremos resultados”, vincou Qu Dongyu, que recordou os compromissos assumidos em 2014.

A capital da Guiné Equatorial foi palco há oito anos da assinatura da Declaração de Malabo, mediante a qual os estados-membros da União Africana assumiram objetivos para serem realizados até 2025, reunidos no Programa Integral de Desenvolvimento Agrícola de África (CAADP, na sigla em inglês).

Entre outros objetivos, como a multiplicação por três do comércio agrícola intra-africano, os países signatários comprometeram-se então a acabar com a fome no continente até 2025.

No último dia de trabalhos da Conferência Regional foi aprovado por aclamação o Relatório Final, um documento de 27 páginas que estabelece as medidas a desenvolver em África no quadro da estratégia da FAO para o período de 2022-2031.

O documento assenta em quatro eixos inclusivos: “melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor vida”, tendo os participantes reconhecido “a necessidade de África melhorar a participação multissetorial e aumentar os esforços coordenados para identificar, em toda a sua complexidade, os riscos para a saúde na interface entre populações humanas, animais e ecossistemas e geri-los eficazmente”.

A conferência juntou ministros da Agricultura e funcionários governamentais de mais de 50 países africanos, assim como grupos da sociedade civil, representantes do setor privado, parceiros para o desenvolvimento e países observadores.

A próxima edição da Conferência Regional para África da FAO ficou marcada para 2024 em Marrocos em datas ainda a definir.

LUSA/HN

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