Cabo Verde retira obrigatoriedade de máscara nos espaços fechados

26 de Abril 2022

O uso de máscara deixa de ser obrigatório em Cabo Verde, mais de dois anos depois do início da pandemia de Covid-19, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, recomendando a utilização em situações específicas.

“Depois de dois anos de fortes restrições necessárias ao combate à covid-19, e com bons resultados produzidos na proteção sanitária, estamos em condições hoje de anunciar: deixa de ser obrigatória a utilização de máscaras, em espaços interiores fechados, designadamente atendimento público”, anunciou o chefe do Governo, numa declaração ao país.

Desde 06 de março que o país voltou à situação de alerta, o menos grave de três níveis, mantendo um nível “mínimo” de restrições devido à pandemia de Covid-19.

A utilização de máscara na via pública não era obrigatória, mas mantinha-se essa obrigatoriedade nos espaços fechados de atendimento público, exceto em discotecas.

E a partir de hoje deixa de ser obrigatório o uso de máscaras em espaços fechados, incluindo as escolas, mas segundo o primeiro-ministro excetuam-se os estabelecimentos e infraestruturas de saúde, públicas e privadas, nomeadamente hospitais, centros de saúde, farmácias, clínicas e laboratórios, centros de dia e lares de idosos, estabelecimentos prisionais e transportes coletivos de passageiros, terrestres, aéreos e marítimos.

Deixa também de ser obrigatória a apresentação de certificado de vacinação ou de teste negativo para o acesso a atividades culturais, artísticas, recreativas, de lazer, de espetáculos ou eventos de qualquer natureza.

“Em consequência, a realização desses eventos deixa de estar condicionada à autorização prévia pelas autoridades sanitárias”, prosseguiu Ulisses Correia e Silva, adiantando que mantém-se a obrigatoriedade de apresentação do certificado de vacinação para efeitos de viagens interilhas e internacionais com destino a Cabo Verde.

A declaração do primeiro-ministro foi antecedida de uma análise epidemiológica do país, por parte do diretor nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, que disse que a situação é “bastante favorável”, estando o país há 11 semanas a registar menos de 70 casos por semana.

O país contabiliza um total de 56.008 casos positivos acumulados desde o início da pandemia, dos quais 55.541 casos recuperados e tem apenas 14 casos ativos.

A taxa média de positividade nos últimos 14 dias foi de 0,9%, a taxa de incidência acumulada foi de 7 por 100 mil habitantes, a taxa de letalidade de 0,7% e a de transmissibilidade (Rt) de 0,89.

O diretor nacional de Saúde avançou ainda que todos os concelhos do país têm uma taxa de incidência acumulada inferior a 25 por 100 mil habitantes, não há nenhum doente internando nos hospitais e há mais de dois meses que o país não regista qualquer óbito provocado pela doença, situando-se no total de 401.

Entretanto, Jorge Barreto alertou que o país deve continuar atento, apostar na vigilância e na vacinação – 97,7% de adultos têm uma primeira dose de vacina, 84,3% estão completamente vacinados, 19,8% com a dose de reforço (a terceira), 85% de adolescentes dos 12 aos 12 anos têm a primeira dose e 70% já estão completamente vacinados.

O primeiro-ministro também lembrou que a pandemia ainda persiste e que existem riscos.

“Por isso, para uma maior proteção, é preciso que todos os que não tomaram ainda a terceira dose da vacina contra a covid-19, o façam. Vacinas estão disponíveis. Não custa nada. Só tem ganhos para si e para a comunidade”, pediu Correia e Silva, para quem o país teve “sucesso” na gestão da pandemia, mesmo sendo um dos mais afetados a nível económico.

Questionado sobre que efeitos espera dessas medidas na economia cabo-verdiana, o primeiro-ministro respondeu que o efeito é nas pessoas, que estão há mais de dois anos a usar a máscara, mas que chegou o momento de “libertar um bocadinho” e de “passar à vida normal”.

“Mas sempre com essa preocupação de vigilância e de proteção lá onde for necessário e nos momentos em que forem necessários”, respondeu o chefe do Governo.

Os dados mais recentes da universidade Johns Hopkins, que continua a compilar os números, apontam para mais de 6,2 milhões de mortos e mais de 510 milhões de casos em todo o mundo.

LUSA/HN

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