Em comunicado, a agência das Nações Unidas para a saúde diz ter libertado 8,3 milhões de dólares (7,9 milhões de euros), que servirão para fornecer serviços de saúde cruciais às populações dos campos de desalojados e às pessoas afetadas por surtos de doenças em seis países da região.
As agências humanitárias e os governos estimam que 33,2 milhões de pessoas enfrentem os impactos devastadores do conflito armado, insegurança, insegurança alimentar e deslocamentos no Sahel.
No Burkina Faso, cerca de 500 mil pessoas foram forçadas a abandonar os seus lares devido à violência em 2021, no Mali, um quarto dos serviços de saúde ainda estão comprometidos devido ao impacto da pandemia de covid-19, os Camarões enfrentam atualmente um surto de cólera, enquanto o Chade combate um surto de febre amarela.
Com os fundos agora libertados, a OMS pretende melhorar o tratamento da malnutrição no Burkina Faso, reforçar o diagnóstico de cólera nos Camarões, fornecer serviços essenciais a 100 mil pessoas no Chade, colocar psicólogos em todas as regiões do Mali, equipar e formar quatro equipas de resposta a surtos no Níger e restabelecer serviços em dois hospitais do nordeste da Nigéria, que serve 300 mil pessoas.
“O conflito armado e os impactos cada vez mais graves das alterações climáticas estão a exercer dificuldades incalculáveis em milhões de crianças, mulheres, famílias e comunidades inteiras no Sahel. Estamos comprometidos a fornecer assistência de saúde crucial às populações afetadas e ajudar a aliviar as profundas privações que enfrentam”, disse o diretor da Preparação de Emergência e Resposta da OMS África.
Os indicadores de saúde no Sahel estão entre os piores do mundo, sublinha a nota da OMS.
A região tem uma das mais altas taxas de mortalidade materna do mundo, com 856 mortes em cada 100.000 nados vivos devido ao reduzido acesso a cuidados de saúde reprodutiva e materna e aos elevados números de casamento precoce.
Ataques contra civis e infraestruturas, incluindo unidades de saúde e escolas, secas, degradação dos solos e condições meteorológicas imprevisíveis estão a exacerbar as dificuldades por que passam milhões de pessoas no Sahel, sublinha a OMS.
Apesar disso, alerta, só se alcançou metade dos 3,7 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) necessários para fornecer assistência à região em 2021.
O Sahel é uma vasta região semi-árida de África que separa o deserto do Saara, a norte, da savana tropical, a sul e abrange países como Burkina Faso, Camarões, Chade, Gâmbia, Guiné-Conacri, Mauritânia, Mali, Níger, Nigéria ou Senegal.
A ONU estima que o número de crianças com menos de 5 anos com malnutrição aguda no Sahel atinja este ano 6,3 milhões, quando no ano passado era de 4,9 milhões.
LUSA/HN
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