Mikheil Saakachvili, 54 anos, fez uma primeira greve de fome de 50 dias e, posteriormente, outra de 20 dias, em protesto pela sua detenção na sequência de uma condenação por abuso de poder, que considera ter sido politicamente motivada.
Hoje, um grupo de médicos independentes que examinou Saakachvili na prisão indicou que o antigo Presidente sofre de encefalopatia de Wernicke, um problema neurológico grave, de anorexia e de stress pós-traumático.
Segundo a equipa médica, o ex-Presidente tem de ser transferido com urgência para um hospital, onde deixará de estar sujeito a “fatores de stress”, caso contrário pode desenvolver complicações neurológicas passíveis de provocar disfunções de vários órgãos e de conduzir à morte.
As autoridades georgianas têm desvalorizado as preocupações manifestadas por médicos e por apoiantes de Saakachvili.
O líder do partido do Governo – Sonho Georgiano – Geórgia Democrática -, Irakli Kobakhidze, disse esta semana que Saakachvili “está descontente com a quebra do seu nível de vida desde que foi preso”.
“Basta que coma alguns ovos e queijo fresco e tudo ficará bem outra vez”, acrescentou.
Saakachvili, que liderou a Geórgia de 2004 a 2013, foi detido em 01 de outubro de 2021, ao regressar ao país depois de um exílio de vários anos.
Para a Amnistia Internacional (AI), o tratamento infligido ao antigo Presidente sugere “não apenas uma justiça seletiva, mas uma manifesta vingança política”.
A prisão deste destacado dirigente da oposição exacerbou a crise política aberta após as legislativas de 2020, que a oposição sustenta terem sido marcadas por fraudes, que deu origem às mais importantes manifestações antigovernamentais no país em dez anos.
Defensores dos direitos humanos acusam o Governo georgiano de utilizar os processos judiciais para penalizar os opositores políticos e os ‘media’ críticos.
NR/HN/LUSA
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