APOGEN e ENSP-NOVA apresentam estudo sobre a utilização de medicamentos biossimilares no SNS

26 de Maio 2022

A APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares e a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP-NOVA) apresentam hoje o estudo “Determinantes, barreiras e facilitadores da utilização de medicamentos biossimilares nos hospitais públicos”.

Face às diferenças no contexto europeu na utilização destas terapêuticas biológicas, o objetivo do estudo foi mapear os atuais obstáculos que impedem a utilização dos medicamentos biossimilares.

A presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves, citada no comunicado de imprensa, salientou: “a despesa hospitalar continua a aumentar, sobretudo, em áreas como a oncologia, as doenças autoimunes e a oftalmologia. Deste modo, é prioritário alocar, de forma eficiente, os recursos do SNS, através de escolhas informadas e racionais. Os medicamentos biossimilares são alternativas viáveis, que garantem o aumento do acesso dos doentes a terapêuticas biológicas, acessíveis, permitem a existência de um mercado concorrencial, contribuem para a sustentabilidade das famílias e do SNS, sem alterar a normal qualidade dos cuidados de saúde.”

Com base na análise de dados quantitativos de consumo no mercado nacional e num inquérito online junto de gestores, diretores clínicos, diretores de serviço e farmacêuticos hospitalares, o estudo assinala a existência de diferenças substanciais na adoção de medicamentos biossimilares nos hospitais, tanto ao nível das moléculas como das quotas de utilização.

Apesar das desigualdades no acesso, os profissionais de saúde concordam que os medicamentos biossimilares são tão seguros e eficazes quanto o medicamento de referência. No entanto, o estudo conclui que existe uma perceção de potenciais barreiras na utilização dos biossimilares, entre as quais se destaca a necessidade de mais informação por parte das entidades do Ministério da Saúde, para maior esclarecimento e confiança dos médicos em relação ao uso destas terapêuticas. Pelo contrário, os farmacêuticos sentem-se mais informados sobre os medicamentos biossimilares, especialmente os pertencentes às Comissões de Farmácia e Terapêutica.

Os inquiridos consideram que o Infarmed, através da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (CNFT), tem um papel determinante na adoção dos medicamentos biossimilares. Os resultados assinalam que a informação sobre os medicamentos biossimilares precisa de ser reforçada por parte do Ministério da Saúde e das sociedades clínicas.

O estudo enfatiza a importância de iniciativas junto dos profissionais de saúde sobre o switch terapêutico, organizadas pelo Ministério da Saúde. “Esta investigação vem confirmar que os médicos prescritores têm um papel decisivo na adoção dos medicamentos biossimilares, sendo, assim, prioritária a articulação com equipas multidisciplinares nos hospitais, assim como uma maior comunicação entre as Comissões de Farmácia e Terapêutica com diretores de serviço e conselhos de administração, para incentivar a política interna de prescrição dos medicamentos biossimilares”, afirmou Maria do Carmo Neves.

Para a APOGEN, é igualmente importante “contar com uma participação mais ativa das Associações de Doentes nos fóruns de discussão dos medicamentos biossimilares, uma vez que estas terapêuticas promovem o maior acesso à saúde em fases mais precoces de diversas doenças, em particular no cancro, na diabetes, nas doenças autoimunes, na infertilidade e na anemia”.

Comercializados em Portugal desde 2008 (2006 na Europa), existem 18 medicamentos biossimilares aprovados, 14 dos quais comercializados em Portugal, em várias áreas terapêuticas (diabetes, doenças autoimunes, profilaxia da doença tromboembólica e oncologia, por exemplo). Com base numa análise da APOGEN, para os medicamentos utilizados nas principais áreas terapêuticas, os medicamentos biossimilares já permitiram tratar mais três milhões de doentes-dia em 2021, comparativamente ao ano do seu pré-lançamento, sem aumentar o investimento em saúde, já que a sua adoção permitiu libertar mais de 292 milhões de euros para o SNS.

“Isto é o aumento do acesso em cuidados de saúde na sua plenitude assegurando a sustentabilidade do SNS”, lê-se no comunicado.

PR/HN/Rita Antunes

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