Estes dados foram disponibilizados pelo diretor do bloco operatório do Sesaram (Serviço Regional de Saúde), que falava numa conferência de imprensa realizada esta tarde no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
Diogo Rijo salientou que quando as obras do bloco operatório – que começaram em dezembro e têm uma duração estimada de cerca de seis meses – estiverem terminadas, são necessários “mais recursos humanos e melhor distribuição”, assim como mais recursos físicos.
Segundo o médico, em 2021 existiam 159 tempos operatórios por mês no bloco central de cirurgia e “apenas 20 em bloco de ambulatório”.
No entanto, com as obras a serem realizadas naquele bloco do hospital e havendo mais espaços e mais recursos humanos, estimam-se 168 tempos operatórios disponíveis em bloco central em 2023, com nove salas a mais, e em bloco de ambulatório os tempos deverão subir de 20, em 2021, para 86 no próximo ano.
“Se nós conseguirmos aumentar isto tudo, isto equivale a cerca de 3.300 doentes num ano”, acrescentou.
Questionado sobre o número de cirurgias em atraso antes da pandemia de covid-19 e atualmente, Diogo Rijo indicou que esse número aumentou de cerca de 20.500 para “19.000 e muitas”, sem precisar dados concretos.
O diretor do Bloco Operatório ressalvou que o esforço que está a ser feito pelo serviço de que é responsável vai “além dos números” e que os tempos estão a ser “otimizados ao máximo”.
O médico perspetivou também que os números de cirurgias em espera “daqui a uns meses sejam muito mais baixos”, sem indicar estimativas concretas.
Diogo Rijo revelou, por outro lado, que o serviço regional de saúde contará este ano com mais três anestesistas, três ortopedistas e quatro cirurgiões.
A enfermeira Marina Castro, do bloco operatório, completou que depois das obras estarem concluídas serão necessários “38 enfermeiros e 20 assistentes operacionais”.
O diretor clínico do Sesaram, Júlio Nóbrega, justificou os atrasos nas cirurgias com o facto de os profissionais de saúde estarem “exaustos” e defendeu que os efeitos da pandemia de covid-19 vão perdurar durante mais anos.
Vincou também que está a ser utilizada toda a capacidade instalada para realizar cirurgias.
Júlio Nóbrega indicou ainda que há atualmente 152 profissionais de saúde infetados, 92 utentes em alta social e 39 utentes internados com covid-19, aspetos que condicionam a atividade médica.
LUSA/HN
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