Este anúncio acontece no mesmo dia em que a participação do Presidente norte-americano, Joe Biden, é aguardada na cimeira, que está a acontecer em Los Angeles, com o objetivo de tentar reconquistar uma região onde a influência da China tem vindo a crescer.
Em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os Estados Unidos da América (EUA) vão apostar na criação de um “Corpo de Saúde das Américas”, um projeto que proporcionará formação básica e especializada a 500 mil profissionais de saúde em saúde pública, ciências da saúde e em medicina em toda a região, num prazo de cinco anos.
A medida faz parte do “plano de ação sobre saúde e resiliência das Américas”, para preparar futuras crises pandémicas e emergências sanitárias, que se espera aplicar por completo até 2030, adiantou a Presidência norte-americana.
Segundo a administração norte-americana, a pandemia de Covid-19 mostrou “as muitas falhas” dos sistemas de saúde globais e sublinhou “a importância de sistemas de saúde fortes e resistentes para todas as pessoas”.
Entre as medidas, salienta-se a ampliação da prestação de serviços e cuidados de saúde a “populações remotas, vulneráveis e marginalizadas”.
De acordo com a Casa Branca, a OPAS vai também associar-se a instituições académicas dos EUA e de outras regiões do continente americano para modernizar e ampliar os programas de formação existentes.
Esta formação em saúde custará 100 milhões de dólares (93 milhões de euros) aos EUA, que serão pagos conjuntamente com a OPAS.
A Covid-19 e a ameaça de novas variantes serão temas que deverão ser abordados por Biden durante as suas intervenções no evento, depois do Governo norte-americano se ter comprometido a pôr fim à “fase aguda” da pandemia através de melhorias no serviço de saúde do país e de apoios para a recuperação do continente americano.
Os Estados Unidos, segundo a Casa Branca, já doaram mais de 65 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 a países da América Latina e das Caraíbas.
Este investimento faz parte da missão norte-americana em reconquistar uma área em que a influência chinesa tem vindo a crescer, depois de a China ter apostado no rápido fornecimento de vacinas desde o início da pandemia à América Latina, segundo referem as agências internacionais.
Na terça-feira, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, tinha anunciado também apoios do setor privado, num total de 1,9 mil milhões de dólares (1,77 mil milhões de euros), para apoiar a criação de emprego na América Central e desencorajar a partida de migrantes para o território norte-americano.
O arranque da Cimeira das Américas, que começou na segunda-feira e vai decorrer até sexta-feira, foi marcado pelo boicote do Presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, que anunciou que não iria participar no evento devido à exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua pelos anfitriões EUA.
Lançada em 1994 em Miami pelo então Presidente Bill Clinton, a Cimeira das Américas foi criada com o intuito de alcançar um amplo acordo de liberalização do comércio regional.
Este ano, temas como crescimento económico, alterações climáticas, pandemia de Covid-19 e a crise migratória estarão na agenda dos líderes políticos.
LUSA/HN
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