De acordo com o presidente da SRCOM acabar com a prescrição manual e dispensa de medicamentos e produtos de saúde demonstra um “total desconhecimento sobre as dificuldades existentes no nosso País”. O responsável explica que durante a pandemia houve grande dificuldade em dar formação aos médicos no sentido de se caminhar para a desmaterialização total das receitas médicas.
Carlos Cortes esclarece que a ordem apoia medidas de informatização, mas contesta fim da excecionalidade contemplada em Portaria nº85/2020, de 3 de abril (quarta alteração à Portaria nº 224/2015). O dirigente garante que continuarão a “apoiar e defender os médicos que assim continuam a cuidar e tratar dos seus doentes”.
Segundo o presidente da SRCOM, “nas regiões mais carenciadas, os médicos enfrentam enormes constrangimentos para dar seguimento e uso das plataformas informáticas”, não apenas pelos “problemas de cobertura nacional das operadoras para acesso à internet”, como também “pela impossibilidade de muitos dos seus doentes de aceder aos meios tecnológicos necessários”.
“Muito médicos reformaram-se sem nunca terem feito prescrição eletrónica, estão devidamente referenciados pela Ordem dos Médicos e os SPMS conhecem a sua realidade. Porque motivo, por causa desta medida desproporcionada, se vai causar ainda mais constrangimentos aos doentes? É inadmissível que uma medida administrativa seja tomada sem ter em conta a realidade do país”, conclui.
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos reiterou hoje a sua preocupação com o fim das receitas em papel.
LUSA/HN
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