O sindicato considera que o conselho de administração e a direção clínica do hospital “têm sido incapazes de prever e resolver esta difícil situação” de falta de recursos humanos. O SMZS alerta que o número insuficiente de profissionais de saúde “tem levado à suspensão de vários serviços de Urgência, colocando em causa a saúde dos utentes de Almada e do Seixal”.
Em comunicado, a entidade sindical deixa fortes críticas ao diretor clínico do HGO que “não tendo sido capaz de elaborar um plano de contingência que tenha sido amplamente discutido e que pudesse ajudar na resolução dos problemas do hospital, devido à falta de médicos de várias especialidades.”
“Neste momento, o Serviço de Urgência Geral tem mais de 80 utentes internados na Unidade de Internamento Médico-Cirúrgico (UIMC) – mais do triplo da capacidade – e 30 utentes internados na Área Dedicada para Doentes Respiratórios (ADR), sem que o espaço disponível atenda com dignidade e cuide da intimidade dos doentes, não permitindo que a atividade médica assegure o devido controlo da infeção, impedindo uma avaliação clínica segura com apoio pluridisciplinar diferenciado e atempado”, lê-se na nota.
O sindicato voltou a lamentar que as escalas de urgência nas várias especialidades não estejam a ser cumpridas. “Os serviços de obstetrícia e ortopedia, muitas vezes, não têm médicos. O HGO é um hospital com urgência polivalente na saúde materno-infantil, em neurociências, na cirurgia/ortopedia e na medicina interna, com Via Verde do AVC e cardiologia de intervenção. Esta é uma situação dramática num dos principais hospitais da região.”
No comunicado, hoje divulgado, é revelado que “a situação está de tal modo grave que os doentes do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) são enviados, a partir das 18 horas, para os hospitais centrais de Lisboa, obrigando a uma travessia do Rio Tejo, com risco de atraso significativo dos cuidados de saúde necessários.”
Perante o atual cenário, Sindicato dos Médicos da Zona Sul pediu a demissão do conselho de administração do Hospital Garcia de Orta.
PR/HN/Vaishaly Camões
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