“Não é engordando o setor privado, à custa dos recursos públicos, que se resolvem os graves problemas com que nos confrontamos neste setor, de que é exemplo o encerramento do serviço de urgência de Obstetrícia”, argumentou a Direção da Organização Regional de Portalegre (DORPOR) do PCP, em comunicado enviado à agência Lusa.
Para a estrutura comunista, que lembrou que tem vindo a alertar para “a necessidade de travar a sangria de médicos” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “agravam-se” as condições da prestação de serviços públicos de saúde, tanto no país como no distrito de Portalegre.
As urgências de Obstetrícia do hospital de Portalegre estão encerradas desde as 05:00 de hoje e assim vão permanecer até às 08:00 de sexta-feira.
Na terça-feira, Ilídio Pinto Cardoso, porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), na qual está integrado o Hospital Dr. José Maria Grande, de Portalegre, revelou à Lusa que o fecho temporário se deve ao facto de a unidade não poder contar, neste período, com dois obstetras, tendo apenas um.
“Não haverá urgência de Obstetrícia dado que dispomos apenas de um obstetra” neste serviço, até sexta-feira, indicou.
No comunicado de hoje, a DORPOR do PCP defendeu que o Governo deve “contratar e fixar” profissionais de saúde para o SNS, “assegurar o adequado funcionamento dos serviços públicos de saúde” e valorizar carreiras e remunerações.
A implementação do regime de dedicação exclusiva, com a majoração da remuneração, e o alargamento dos incentivos para a fixação de profissionais de saúde em áreas com carências foram outras das reivindicações do PCP.
A DORPOR defendeu também o investimento na modernização de instalações e equipamentos e na internalização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica.
“Se as propostas do PCP tivessem tido acolhimento por parte dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS, não nos encontraríamos na atual situação”, lamentaram os comunistas.
Apesar do fecho das urgências, o porta-voz da ULSNA explicou à Lusa que o serviço de Obstetrícia do hospital de Portalegre está em funcionamento, graças ao obstetra que se encontra de serviço.
Ilídio Pinto Cardoso explicou ainda que as grávidas que se dirijam aos hospitais de Portalegre e Elvas, bem como ao Serviço de Urgência Básico (SUB) de Ponte de Sor, deverão ser encaminhadas para o hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), a mais de 100 quilómetros de distância, ou para a unidade hospitalar mais próxima.
LUSA/HN
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