“Neste momento não precisamos de estudos nem de pareceres, precisamos de ação, precisamos de decisão”, defendeu o presidente do Chega.
Na abertura de um debate de urgência no parlamento requerido pelo Chega, “sobre o caos instalado nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia do país”, André Ventura deixou um desfio à ministra da Saúde: “Seja capaz de o fazer ou ponha o lugar à disposição”.
“Não precisamos de mais comissões, não precisamos de mais estudos, não precisamos de mais tachos, não precisamos de mais documentos, nós precisamos que a senhora ministra entenda que é ministra de um Governo e tem que resolver os problemas na saúde”, salientou.
E desafiou Marta Temido a garantir que o encerramento de serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia que se tem registado nos últimos dias em vários hospitais, “não se repetirá ao longo das próximas semanas”.
Na sua intervenção, o deputado do Chega fez “o retrato de um país sem serviços de saúde e com o caos lançado por toda a parte” e pediu à ministra da Saúde “que dê explicações sobre o que pretende fazer para resolver” a situação nos serviços de urgência.
“Há 850 médicos obstetras no Serviço Nacional de Saúde [SNS] neste momento, cerca de 100 reformar-se-ão nos próximos anos, em 2021 tivemos a maior percentagem de sempre de emigração de médicos em Portugal desde 2016 e em 2018 os censos de anestesiologia promovidos pelo Governo identificaram a falta de mais de 500 anestesistas”, elencou, criticando que “a todos estes dados o Governo não respondeu com absolutamente nenhuma política pública e com absolutamente nenhum resultado”.
André Ventura quis saber depois “porque é que o Governo não fez nada quando sabia desta carência há tantos anos, e a senhora ministra já era ministra da Saúde”.
Na ótica do deputado de extrema-direita, “só articulando o SNS com o serviço privado de saúde e com o serviço social de saúde” será possível “dar saúde digna aos portugueses”.
E considerou que “aparecer perante os portugueses para promover a resolução do problema com mais uma comissão de acompanhamento é gozar não com quem trabalha, mas com quem vota e com quem paga impostos”.
Na sua intervenção, o presidente do Chega acusou também a ministra de ter andado “escondida estes dias”.
“Quando morre um bebé por falta de atendimento e quando milhares têm serviços de saúde encerrados, a ministra de uma democracia digna não foge, não se esconde e não oculta a sua mensagem. A ministra de uma democracia digna dá a cara, assume os problemas e propõe soluções”, defendeu.
André Ventura criticou igualmente o Governo por querer “acabar com as parcerias público-privadas na saúde”, quando “no ano passado batemos o recorde de sempre a pagar médicos de ‘outsourcing’ tarefeiros no SNS com 142 milhões de euros”.
“Qual é a coerência de um governo que diz que não quer serviços externos nem privados, mas vai recrutar e pagar os médicos a esses mesmos serviços privados”, salientou, defendendo que “isto não é só uma incoerência política, é um desastre político”.
LUSA/HN
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