Brasil confirma primeiros casos “autóctones” de Monkeypox

24 de Junho 2022

O Brasil confirmou esta sexta-feira os primeiros casos autóctones de monkeypox (varíola dos macacos), depois de diagnosticar a doença em três pessoas, todas elas residentes na cidade de São Paulo.

Com o novo relatório, o gigante sul-americano passa a ter no total 14 casos e é a nação com casos mais confirmados da doença na América Latina.

Segundo o ministério brasileiro da Saúde, os casos autóctones correspondem a três homens entre 24 e 37 anos de idade “sem historial de viagens a países com casos confirmados”.

Os restantes 11 casos foram diagnosticados em pessoas que visitaram recentemente Espanha, Portugal e Inglaterra, países onde a doença está a expandir-se.

A maioria dos diagnósticos foi relatada no estado de São Paulo, com 10 casos, todos na capital paulista. Os outros quatro foram relatados nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com dois pacientes cada.

Ainda segundo o Governo brasileiro, todos os casos e todos os pacientes diagnosticados, incluindo os que estão sob suspeita, estão isolados e sob a supervisão de equipas de vigilância sanitária.

Os casos multiplicaram-se no país em apenas duas semanas. As autoridades sanitárias comunicaram o primeiro caso no Brasil em 8 de Junho.

Os últimos números da Organização Mundial de Saúde (OMS) elevam o número total de infeções por monkeypox para 3.300 em 40 países.

A organização considera que, embora este registo não represente um aumento massivo, em comparação com outros surtos como a Covid-19 ou o ébola, justificação a preocupação de que a propagação da doença não esteja a ser contida.

Os laboratórios confirmaram a circulação do vírus da monkeypox em, pelo menos, 36 países fora das regiões endémicas da África Central e Ocidental, sendo o Reino Unido o país com mais infeções (793), seguido pela Espanha (497) e Portugal (317).

A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido identificou como grupo de maior risco os homens que fazem sexo com outros homens e que têm múltiplos parceiros, participam em sexo em grupo ou frequentam locais onde o sexo ocorre nas instalações.

A transmissão do vírus não está associada especificamente a relações homossexuais, mas é favorecida pela proximidade resultante de qualquer tipo de relação sexual.

De acordo com as autoridades de saúde, a manifestação clínica da Monkeypox é geralmente ligeira, com a maioria das pessoas infetadas a recuperar da doença em poucas semanas.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, nódulos linfáticos inchados, calafrios, exaustão, evoluindo para erupção cutânea.

O período de incubação é tipicamente de seis a 16 dias, mas pode chegar aos 21 e, quando a crosta das erupções cutâneas cai, a pessoa infetada deixa de poder contagiar.

LUSA/HN

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