Carlos Ferreira foi um dos participantes no debate sobre “o estado da saúde em Santarém”, promovido pelo movimento cívico Mais Santarém, e que contou, ainda, com os contributos de António Leal Lopes, economista e coautor da Lei do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e de Carlos Calado, neurocirurgião e presidente da Assembleia da União de Freguesias da Cidade de Santarém.
O responsável do ACES Lezíria até abril passado afirmou que, graças à existência de cinco Unidades de Saúde Familiar (USF) no concelho, os perto de 60.000 utentes têm atendimento garantido, só não estando cobertas entre 2.000 a 3.000 pessoas, que correspondem a uma “população flutuante”, essencialmente resultante dos fluxos migratórios.
Já em relação aos cuidados secundários (hospitalares), Carlos Ferreira defendeu que, a exemplo do que aconteceu com a reorganização dos três hospitais existentes no norte do distrito no Centro Hospitalar do Médio Tejo, na qual participou na década de 1990, “hoje é preciso fazer o mesmo”, de forma a “rentabilizar os recursos que existem”.
Referindo a situação que mais tem sido objeto de notícia nas últimas semanas, a de carência de obstetras com o encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia, Carlos Ferreira afirmou que “não é preciso uma maternidade em cada sítio” e que a concentração é garantia de melhores cuidados às populações.
O neurocirurgião Carlos Calado, com 29 anos de trabalho no SNS e também no privado, defendeu a passagem do Hospital Distrital de Santarém a Hospital Central do Ribatejo, para disponibilizar à população de todo o distrito (mais de 400.000 pessoas) as várias especialidades médicas, aproveitando “o grande esforço” que o HDS tem feito para se diferenciar.
Para o médico, é lamentável que os hospitais do SNS não assumam mais as funções de investigação e ensino, estando os privados a assumi-las, e criticou as “discrepâncias” remuneratórias, que “precisam ser urgentemente revistas”.
Na sua intervenção, António Leal Lopes não escondeu críticas ao ex-ministro das Finanças Mário Centeno, e à atual ministra da Saúde, Marta Temido, pelo agravamento da situação nos hospitais, salientando que “não é com comissões que se resolve” o problema.
LUSA/HN
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