Estudo sugere que uso de máscara piora danos do tabagismo

11 de Julho 2022

Um estudo, publicado na Revista Europeia de Cardiologia Preventiva, indica que fumar enquanto se utilizam máscaras cirúrgicas aumenta duas vezes o monóxido de carbono exalado, prejudicando a função dos vasos sanguíneos.

De acordo com o autor do estudo, Ignatios Ikonomidis da Universidade Nacional e Kapodistrian de Atenas, “a pesquisa sugere que fumar qualquer produto co tabaco tornou-se ainda mais perigoso durante a pandemia da Covid-19 devido à necessidade de usar uma máscara por longas horas”.

O investigador afirma que “pesquisas anteriores mostram que a função vascular prejudicada está ligada a problemas cardíacos e morte prematura”.

O estudo incluiu 40 fumadores de tabaco convencionam, 40 de tabaco aquecido e 40 pessoas não fumadoras com idade e sexo semelhantes e que faziam parte da equipe médica de um hospital universitário. Indivíduos com doença cardiovascular conhecida, hipertensão, diabetes, dislipidemia, doença renal ou fibrilação atrial foram excluídas.

O pesquisa focou-se nos danos provocados pelo consumo de tabaco convencional e aquecido, sendo, assim, excluído outros métodos de tabagismo como os ‘vapes’ e os cigarros eletrónicos.

A investigação estudou os níveis de monóxido de carbono exalado em fumadores enquanto usavam uma máscara durante o horário de trabalho e os compararam com os níveis de monóxido de carbono durante os dias de folga sem máscara. Numa segunda fase, os investigadores analisaram se a mudança da exposição ao monóxido de carbono foi acompanhada por função prejudicada dos vasos sanguíneos.

Os pesquisadores mediram o monóxido de carbono exalado após uma respiração profunda e marcadores da função vascular (velocidade da onda de pulso, índice de aumento e pressão arterial sistólica central).

Os resultados apontaram que no caso dos fumadores de tabaco convencional, o monóxido de carbono exalado aumentou de 8,00 partes por milhão (ppm) na linha de base para 12,15 ppm sem máscara e 17,45 ppm com máscara. No caso dos fumadores de tabaco aquecido, o monóxido de carbono exalado aumentou de 1,15 ppm na linha de base para 1,43 ppm sem máscara e 2,20 ppm com máscara.

Nos não fumadores, o monóxido de carbono exalado não diferiu entre os períodos sem máscara e com máscara.

O estudo concluiu, assim, que o uso de máscara piora danos do tabagismo.

HN/AG/Vaishaly Camões

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