“Houve uma boa adesão e até há sítios no Médio Tejo, na Lezíria, onde algumas localidades já vinham a promover desde o dia 13 diversos protestos e abaixo-assinados, de iniciativa local, sobre situações muito localizadas”, contou à Lusa Cecília Sales, da direção nacional do MUSP.
Apesar de não ter informação completa sobre as diversas ações que estão hoje a decorrer, pois algumas estão agendadas para horas diferentes, a responsável disse que houve “uma boa recetividade” dos utentes do Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, onde esteve a distribuir um documento do movimento sobre o SNS.
“Lisboa é a região do país onde há mais utente sem médico de família, quase um milhão. Há grandes carências no SNS, mas ele deu provas, durante a pandemia, que tem muita resistência, que há muita dedicação por parte dos profissionais de saúde e os utentes reconhecem isso. Por isso mesmo, temos de o defender”, considerou.
Em declarações à Lusa, Cecília Sales disse que a questão principal é o investimento, sublinhando: “Não é só de agora, é de há muito. Os sucessivos governos têm tido pouco investimento na saúde, é um problema crónico”.
“Agora há o PRR [Programa de Recuperação e Resiliência], para concertar, e ainda bem que vem. Se é para qualificar o SNS tudo bem. Mas é preciso fixar os profissionais. Essa é uma das razões da insuficiência do SNS. Os médicos não têm incentivos para a carreira (…) e ou saem e vão para as empresas de tarefeiros, a ganhar mais, ou para o privado, ou emigram”, considerou.
As ações de protesto agendadas para hoje – em Lisboa, Silves, Santiago do Cacém, Aveiro e Coimbra – são em defesa do SNS, “uma conquista de Abril e um sistema de saúde de excelência no mundo” que precisa de “mais investimento em recursos humanos e equipamentos”, acrescentou.
LUSA/HN
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