A literacia em saúde é um tema essencial em saúde pública, considerando o seu potencial enquanto determinante modificável da saúde, das decisões em saúde e dos comportamentos em saúde. A Organização Mundial de Saúde considera a literacia em saúde como um dos três pilares da promoção da saúde (1), tendo sido este um dos focos da 9ª Conferência Global sobre Promoção da Saúde, que resultou na Declaração de Shangai sobre a Promoção da Saúde na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (2).
Para a Organização Mundial de Saúde a literacia em saúde representa os conhecimentos e as competências acumulados através das atividades diárias, interações sociais e gerações. Estes são mediados pelas estruturas organizacionais e a disponibilidade de recursos que permitem que as pessoas acedam, compreendam, avaliem e usem informações e serviços de forma a promover e manter a sua saúde e bem-estar e daqueles que os cercam (3).
A investigação nesta área é vasta e estende-se para além da evolução do conceito, dos instrumentos de medição e das iniciativas de monitorização da literacia em saúde geral. A literacia em saúde digital, a literacia em saúde navegacional, a literacia em saúde para a comunicação com os profissionais de saúde e outros construtos mais específicos têm sido desenvolvidos e estudados em diversos contextos, com contributo fundamental para a definição de políticas e intervenções em saúde (4).
O papel dos enfermeiros na promoção da literacia em saúde tem sido evidenciado, sendo considerado um imperativo da enfermagem contemporânea (5). Na intervenção de enfermagem, os especialistas em Enfermagem Comunitária, quer na sua vertente de Saúde Comunitária e de Saúde Pública, quer na sua vertente de Saúde Familiar, revelam um enorme potencial para atuar nesta área estratégica da promoção da saúde.
A equipa do projeto “Promoção da Literacia em Saúde em ambiente comunitário” do Centro de Investigação, Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem de Lisboa tem contribuído para a promoção da literacia em saúde em diversos contextos comunitários e para a divulgação do papel do enfermeiro especialista em enfermagem comunitária neste sentido.
Bibliografia
- World Health Organization. Health promotion [Internet]. 2016 [cited 2022 Jun 29]. Available from: https://www.who.int/news-room/questions-and-answers/item/health-promotion
- World Health Organization. Promoting health in the SDGs. Report on the 9th Global conference for health promotion, Shanghai, China, 21–24 November 2016: all for health, health for all. [Internet]. Geneva; 2017. Available from: http://apps.who.int/bookorders.
- World Health Organization. Health Promotion Glossary of Terms 2021 [Internet]. Geneva; 2021 [cited 2022 Jun 29]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240038349
- Sørensen K, Pelikan JM, Röthlin F, Ganahl K, Slonska Z, Doyle G, et al. Health literacy in Europe: Comparative results of the European health literacy survey (HLS-EU). European Journal of Public Health. 2015 Dec 1;25(6):1053–8.
- Johnson A. Health literacy: how nurses can make a difference. Australian Journal of Advanced Nursing. 2016;33(2).
Alem do grande contributo por parte dos agentes da enfermagem, também a imprensa devia colaborar com a classe médica, como mediadora ,facilitando a melhor compreensão da população ,no que à litetacia diz respeito.O Pof.Fernando Regateiro ,da Faculdade de Medicina de Cimbra,apadrinhou o primeiro Curso de Jornalismo em Saúde, em 2005,para permitir uma mais fácil ligação da linguagem médica a população. Há desde então, jornalistas com a especialização nessa área : Jornalismo em Saúde.