“Em todas as ilhas por onde passamos a questão da saúde é aquela que revela ser mais pertinente e é aquela em que as populações mais sentem necessidade de haver maior investimento e maior cuidado do Governo Regional, principalmente nas ilhas mais pequenas sem hospital”, afirmou Nuno Barata.
O parlamentar falava no último dia de uma visita de trabalho de quatro dias às Flores, tendo revelado que vai requerer uma sessão de perguntas ao Governo devido a todos os problemas que encontrou na ilha, nomeadamente na área da justiça e saúde.
Os Açores têm três hospitais localizados nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.
Após ter visitado a Unidade de Saúde da Ilha, o deputado apontou para “a agravante” do caso das Flores, que está “mais longe das ilhas com hospital” e enfrenta dificuldades de “acessibilidade”, devido às condições meteorológicas que se fazem sentir no inverno.
“O senhor secretário gosta muito de esgrimir números das listas de espera em cirurgia que diminuíram de 13 mil para 11 mil. Mas, isso de cortar amígdalas é uma coisa fácil de resolver mandando vir uns cirurgiões do continente e reduz-se as listas de espera”, apontou o deputado único do IL no parlamento regional.
Nuno Barata, que é também líder da IL nos Açores, disse que “uma pessoa que sofra um acidente vascular cerebral (AVC) numa ilha como as Flores não tem acesso a fisioterapia em condições” para que se possa reabilitar.
“Não há condições para mandar estas pessoas para fisioterapia, por exemplo, para Alcoitão ou para outro centro de fisioterapia no continente. Nas Flores, o caso é mais paradigmático: tinha dois fisioterapeutas e mete-se um no conselho de administração”, criticou.
Nuno Barata disse que a fisioterapia é uma área para a qual “é preciso olhar com muito cuidado”, apontando para os “elevados casos de AVC que ocorrem nos Açores”.
“Temos de trabalhar prevenção, mas paralelamente ir investindo no tratamento das doenças. Isto não está a ser feito corretamente”, sustentou o deputado da IL.
No seu entender, “a Região tinha condições de já ter implementado um serviço de fisioterapia capaz de acudir a essas necessidades” ou “protocolar evacuações a tempo e a horas”.
Nuno Barata, que também visitou o Tribunal de Santa Cruz das Flores, reiterou o alerta para “o descuido, o desleixo, a falta de investimento e a falta de cuidado que o Estado Português tem para com os açorianos”, em matéria de justiça.
“No Tribunal de Santa Cruz chove, apesar de ser um edifício relativamente novo. E há humidade e um cheiro a mofo”, denunciou.
O deputado disse que se trata de “um caso claro em que a descentralização faria bastante melhor do que uma centralização num Instituto de Gestão do Património da Justiça em Lisboa e uma gestão na Direção Geral da Justiça, também em Lisboa”.
“Mas, já que foi opção do Estado Português centralizar estes serviços na capital do império, pois que neste recôndito espaço desse mesmo império o Estado cumpra com os cidadãos que aqui também pagam impostos”, vincou.
LUSA/HN
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