O ANtiOxCIN4 foi patenteado pelas duas instituições do ensino superior e o resultado da investigação “abre portas para estudos de prova de conceito” desse mesmo antioxidante, afirmou hoje a Universidade de Coimbra (UC), em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A UC realça que este antioxidante poderá posteriormente ser utilizado na terapia contra o fígado gordo não alcoólico, uma doença que afeta “cerca de um quarto da população mundial e que está frequentemente relacionada com obesidade e diabetes”.
“Apesar da elevada incidência, ainda não existe um fármaco aprovado para o tratamento desta condição”, notou.
O fígado gordo não alcoólico traduz-se numa acumulação excessiva de gordura no fígado, frequentemente relacionada com maus hábitos alimentares e sedentarismo, aclarou.
“Esta condição, muitas vezes silenciosa, pode, com o tempo, trazer consequências graves para a função hepática e, consequentemente, para a saúde. Após uma fase inicial benigna, esta condição pode prosseguir para estados mais severos, como a inflamação hepática, cirrose ou mesmo cancro hepático”, vincou.
O estudo desenvolvido pelas duas universidades foi publicado na revista Redox Biology.
A equipa de Coimbra foi liderada por Paulo Oliveira, do Centro de Neurociência e Biologia Celular da UC, responsável pela avaliação da eficácia biológica do novo composto.
A outra equipa, liderada por Fernanda Borges, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, idealizou, sintetizou e efetuou os ensaios antioxidantes preliminares do AntiOxCIN4.
O estudo “é o resultado de vários anos de pesquisa com esta molécula (AntiOxCIN4) e a primeira prova de conceito relativa ao uso deste antioxidante modificado” na prevenção do fígado gordo não alcoólico num modelo animal, realçou Ricardo Amorim, um dos investigadores do projeto e primeiro autor do trabalho científico agora publicado.
Ao longo de 16 semanas, parte dos ratos usados no laboratório receberam uma dieta padrão, enquanto a outra foi alimentada com uma dieta rica em gordura e açúcar.
Os ratos com essa dieta rica em gordura e açúcar aos quais foi administrado o antioxidante tiveram uma redução do peso corporal e do fígado, verificando-se um “menor dano hepático, com o melhoramento de marcadores sanguíneos hepáticos e a redução da gordura acumulada no fígado”, explicou Ricardo Amorim.
LUSA/HN
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