A informação foi avançada hoje pela associação ambientalista Zero, que manifestou preocupação com os resultados da análise feita no âmbito do projeto europeu LIFE AskREACH, no segundo trimestre deste ano.
Dos 106 artigos analisados por um laboratório independente e acreditado, proveniente de 13 países europeus, incluindo Portugal, “cerca de um terço continha pelo menos uma substância química de elevada preocupação e 10 continham estas substâncias acima de 0,1%, o que significa que um conjunto significativo dos artigos disponíveis no mercado europeu ainda contém substâncias que podem ter impactos negativos na saúde humana e no ambiente”, explicou a associação.
Segundo a Zero, trata-se de substâncias que podem ser cancerígenas, bioacumulativas, persistentes ou interferir com o sistema hormonal.
A análise deu preferência a artigos de bricolagem, de jardinagem e natação.
“Enquanto consumidores temos o direito a saber se um artigo que queremos comprar contém substâncias químicas de elevada preocupação (habitualmente designadas por SVHC)”, apontou a associação, lembrando que “as marcas e os retalhistas estão legalmente obrigados a informar o consumidor, a seu pedido, se o produto contiver alguma destas substâncias em concentração superior a 0,1% em peso”, tratando-se de um direito consagrado no regulamento europeu de produtos químicos “REACH”.
Para facilitar a comunicação entre empresas e consumidores, bem como ao longo da cadeia de abastecimento, 20 organizações de 13 países estão a trabalhar em conjunto no âmbito do projeto LIFE AskREACH, financiado pelo programa LIFE da União Europeia, que desenvolveu a aplicação (‘app’) Scan4Chem, que permite aos consumidores digitalizar o código de barras de um produto e enviar um pedido de informação sobre a presença de SVHC.
A aplicação tem, atualmente, uma lista de 223 substâncias, que é regularmente atualizada.
LUSA/HN
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