Os resultados do estudo “”Dual PET-fMRI reveals a link between neuroinflammation, amyloid binding and compensatory task-related brain activity in Alzheimer’s disease”, revelam que a região cerebral identificada chama-se cíngulo posterior e demonstra, em fases muito iniciais da doença de Alzheimer, alterações tripartidas únicas: inflamação neuronal, acumulação de amiloide e atividade neuronal aparentemente compensatória.
De acordo com o coordenador do estudo, citado no comunicado, Miguel Castelo-Branco, “a região identificada é crítica, pois serve de pivô em processos de memória de curto e longo prazo que sabemos estarem crucialmente afetados na doença de Alzheimer”.
Esta descoberta no cérebro humano foi demonstrada in vivo, através de um conjunto de técnicas avançadas de imagem funcional e cerebral: o PET duplo (que mede, no mesmo doente, neuroinflamação e deposição de amiloide) e a ressonância magnética funcional para medir a atividade cerebral em tarefas de memória. Este estudo contou com a participação de pessoas em fases muito iniciais da doença de Alzheimer e pessoas saudáveis com as mesmas características sociodemográficas.
Os investigadores salientam que a descoberta pode ter implicações muito relevantes em termos de terapias futuras, dado que identifica, com clareza, um alvo cerebral de alteração precoce, implicado na perda de memória, que pode ser estudado diretamente e de forma focada em novos ensaios terapêuticos.
O estudo contou ainda com a coordenação de Isabel Santana e com a participação de Nádia Canário e Lília Jorge, primeiras autoras do estudo, e de Ricardo Martins, investigadores do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da UC.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Communications Biology.
PR/HN/Vaishaly Camões
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