Ordem dos Médicos espera um novo ministro que “faça acontecer”

30 de Agosto 2022

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) disse esta terça-feira que só o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra da Saúde, Marta Temido, podem explicar o porquê da demissão da titular da pasta da Saúde e que para o cargo se pretende alguém que “faça acontecer”.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães referiu que para o Ministério da Saúde se pretende “um ministro que faça acontecer e que resolva os problemas que afetam a saúde em Portugal e que de uma forma transversal afetam todos os portugueses”.

“A saída da senhora ministra do Governo é uma decisão dela e que só ela pode explicar aos portugueses. E só o senhor primeiro-ministro pode explicar porque aceitou de imediato esta demissão”, referiu, a propósito do pedido de saída do Governo de marta Temido, conhecido hoje de madrugada.

Para Miguel Guimarães falta saber se a saída de Temido se deve “ao facto de já não ter alternativas para resolver os graves problemas da saúde em Portugal”.

“Ou foi porque o Governo não lhe deu condições para executar as medidas estruturais que eventualmente poderia querer fazer no Serviço Nacional de Saúde”, questionou.

A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou  hoje a demissão por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo, demissão que foi aceite pelo primeiro-ministro, António Costa.

Poucos minutos depois, um comunicado do gabinete do primeiro-ministro informou que António Costa “recebeu o pedido de demissão da ministra da Saúde” e que o aceita.

António Costa agradeceu “todo o trabalho desenvolvido” por Marta Temido, “muito em especial no período excecional do combate à pandemia da Covid-19”.

Na nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro acrescenta-se que o executivo “prosseguirá as reformas em curso tendo em vista fortalecer o SNS e a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos portugueses”.

Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes.

Durante os seus mandatos, Marta Temido esteve no centro da gestão da pandemia, que começou em 2020, mas também atravessou várias polémicas. Recentemente, o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia em vários hospitais por falta de médicos para preencher as escalas pressionou a tutela.

LUSA/HN

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