Investigadores da FMUP propõem nova classificação internacional das varizes

4 de Setembro 2022

Doença é «persistente e progressiva», mas «frequentemente subestimada»

Um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) propõe uma classificação das varizes completamente inovadora a nível mundial.

De acordo com Armando Mansilha, professor da FMUP e especialista em Cirurgia Vascular, o objetivo é melhorar o tratamento e a abordagem das varizes, que constituem a doença venosa crónica mais comum e com um impacto muito significativo a nível da qualidade de vida dos doentes e dos custos em saúde.

“Esta nova classificação irá permitir estratificar as varizes, selecionar o tratamento mais adequado a doente e gerir os resultados do pós-operatório”, explica o coordenador deste trabalho, publicado na revista científica International Angiology.

Sublinhando que “as varizes são diferentes umas das outras”, o professor da FMUP espera que este seja um importante passo e um contributo decisivo para uma maior personalização da resposta a esta doença altamente prevalente, persistente e progressiva, mas tantas vezes subestimada e subtratada.

A proposta, cuja necessidade e aplicabilidade foi validada por um conjunto de peritos internacionais, visa integrar, pela primeira vez, as características clínicas/anatómicas observáveis e os resultados dos exames de imagem, nomeadamente do eco-doppler.

Como indica o mesmo estudo, os especialistas mundiais, sobretudo cirurgiões vasculares, reconhecem limitações nas classificações atuais e concordam com a necessidade de uma classificação mais abrangente para esta patologia.

Dor, sensação de pernas pesadas, inchaços, formigueiro ou dormência, cãibras, comichão, alterações na pele e até úlceras são alguns dos sinais e sintomas de varizes, um problema que se agrava no verão, com o tempo quente, ao final do dia e após estar muito tempo de pé.

O tratamento das varizes pode passar por uma série de intervenções, desde alterações do estilo de vida, controlo do peso, modificação de posições, uso de meias elásticas, administração de medicação venoativa e intervenções por escleroterapia ou cirurgia, nomeadamente cirurgia minimamente invasiva.

A atual proposta resulta de um projeto que junta investigadores da FMUP e da Universidade de Ferrara, em Itália, e que irá continuar nos próximos meses. Além de Armando Mansilha, assinam este artigo científico Joel Sousa, da FMUP, e Sergio Gianesini, da Universidade de Ferrara.

publicado em FMUP

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