Conselho Regional Sul da Ordem dos Médicos pede condições para fixar profissionais

21 de Setembro 2022

O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos defendeu na terça-feira, em Torres Vedras, que existem médicos de família suficientes e que o que é preciso é dar-lhes condições para trabalharem.

“Estamos a formar 550 médicos de família por ano, dá 2.500 em cinco anos e, nos próximos três a quatro anos, vão reformar-se 1.500, ou seja, estamos a formar mais do que aqueles que se reformam, mas não estamos a formar o suficiente para compensar aqueles que desistem porque vão para a medicina privada ou que rescindem o contrato para serem tarefeiros e receberem mais”, afirmou aos jornalistas Alexandre Valentim Lourenço, durante uma visita ao Centro de Saúde de Torres Vedras, do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul, no distrito de Lisboa.

“Temos de os captar e dar-lhes as mesmas condições do que os hospitais privados”, disse, considerando que não é admissível, por exemplo, os profissionais comprarem aparelhos de ar condicionado e depois não os conseguirem ligar para não gastarem eletricidade.

“Os médicos de família não descem do Norte, porque, para um ordenado de 1.700 euros, têm de pagar uma renda de casa de 900 e não têm um projeto, por isso não querem vir sozinhos”, exemplificou.

Para o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, a solução poderia passar pela criação de Unidades Familiares de Saúde de tipo C ou B, em que recebem incentivos em função dos objetivos, ou cooperativas de médicos para que se possam organizar e pedir mobilidade em conjunto.

Alexandre Valentim Lourenço visitou também os hospitais de Caldas da Rainha e Torres Vedras, pertencentes ao Centro Hospitalar do Oeste (CHO), onde concluiu que “é inviável a urgência funcionar nas duas unidades”, dada a falta de médicos.

Por isso, defendeu que, enquanto não for construído um novo hospital para a região, a solução poderia passar por “fundir” os dois serviços e “fazer com que as equipas consigam não estar duplicadas e trabalhem sem tanto esforço”, para não afastar profissionais e doentes.

Para o representante da Ordem dos Médicos, também não se resolve “o problema das urgências sem resolver o problema dos cuidados primários, onde há portas muito melhores do que a das urgências para tratar muitas situações”.

O CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Estes concelhos dividem-se entre os distritos de Lisboa e Leiria e representam uma população de cerca de 293 mil pessoas.

LUSA/HN

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