Estudo nota impacto da pandemia na saúde mental dos cabo-verdianos

11 de Outubro 2022

A pandemia da Covid-19 teve um impacto na saúde mental dos cabo-verdianos, com aumento de casos de depressão e toma de medicamentos, afetando mais as mulheres, concluiu um estudo apresentado esta segunda-feira na cidade da Praia.

Os resultados preliminares do estudo dos efeitos da pandemia de Covid-19 na saúde mental dos cabo-verdianos foram apresentados pela presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima, que destacou que os impactos foram “importantes”.

“Com aumento do número de depressão, de pessoas que faziam medicação e que reforçaram a medicação, pessoas que não estavam a fazer medicação e começaram a tomar medicamentos”, realçou a presidente do INSP, indicando que as mulheres foram as mais afetadas.

“O stress pós-traumático também foi referenciado, a fadiga física, o ‘burnout’ (esgotamento profissional), ou seja, foi um conjunto de questões que nos mostram que realmente houve esse impacto”, continuou a presidente do INSP, que apresentou os dados preliminares no Dia Mundial da Saúde Mental.

O estudo foi realizado em todos os 22 municípios do país, através de uma amostra de 3.520 indivíduos escolhidos de forma aleatória.

Foi realizado pelo INSP, em parceira com a Direção Nacional de Saúde (DNS), as universidades de Cabo Verde (Uni-CV) e Piaget, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, de Portugal, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Oeste Africana da Saúde.

Instado a comentar os resultados do estudo, o diretor nacional de Saúde, Jorge Barreto, disse que os impactos continuam a ser grandes, pelo que entendeu que é preciso continuar a fomentar estratégias e medidas para minimizá-los.

“Sobretudo quadros de ansiedade, de stress, de pânico”, apontou o profissional de Saúde, instando as pessoas a aderirem a outras medidas de prevenção e proteção, como a vacinação.

“Portanto, ainda há pessoas adultas que não foram vacinadas, que podem pensar que, como a situação está controlada ou praticamente já não há casos, que já não há necessidade de tomar a vacina, mas é o contrário”, advertiu Jorge Barreto.

A apresentação do estudo aconteceu no mesmo dia em que o país iniciou a campanha de vacinação contra a covid-19 para cerca de 63 mil crianças dos 5 aos 11 anos, na sequência de um donativo de vacinas Pfizer pediátrica – com duas doses e intervalo de administração de 28 dias – por parte do Governo dos Estados Unidos da América (EUA).

Cabo Verde conta com um total de 62.389 casos de covid-19 desde março de 2020, que provocaram 410 mortes por complicações associadas à doença, mas agora regista apenas nove casos ativos em todo o país, segundo dados do Ministério da Saúde.

De acordo com o diretor nacional de Saúde, o país tem atualmente disponíveis 20.000 doses de vacinas contra a covid-19, mas está a “programar receber mais doses” em breve.

LUSA/HN

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