A cólera, uma doença diarreica aguda, que pode matar em poucas horas se não for tratada, tem sido recorrente nos Camarões, um país da África Central com uma população de mais de 25 milhões de habitantes.
A cólera é contraída por ingestão de água ou de alimentos contaminados com a bactéria vibrio cholerae. Ocorre em áreas frequentemente muito povoadas, com acesso limitado a água limpa ou falta de saneamento adequado.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse estar “profundamente entristecido com a morte de três refugiados com cólera”, não especificando a nacionalidade das vítimas, num campo que acolhe um grande número de nigerianos.
O organismo disse, através de uma declaração, que estava a trabalhar “com o governo camaronês e as agências da ONU (…) para prestar cuidados urgentes às pessoas afetadas e quebrar a cadeia de transmissão”.
Um primeiro caso de cólera foi diagnosticado sábado no campo.
A partir de terça-feira, “24 dos 39 pacientes estavam a receber tratamento” nas instalações de saúde, em Minawao. Segundo o ACNUR, os pacientes estavam “em estado grave, mas estável”, enquanto 12 pessoas “recuperaram e regressaram a casa”.
“As fontes de água potável e as instalações sanitárias tornaram-se insuficientes” face ao crescimento da população do campo, que “quase duplicou” desde 2015 para agora acomodar cerca de 75.000 pessoas.
O nordeste da Nigéria tem sido flagelado por conflitos mortais desde 2009 e pelo lançamento de ataques por fundamentalistas islâmicos do grupo Boko Haram.
O campo de Minawao, localizado a cerca de 30 quilómetros da fronteira com a Nigéria, foi aberto em julho de 2013, no auge da crise, para acomodar o afluxo maciço de refugiados nigerianos ao país.
A ONU sublinhou a “necessidade urgente” de “fundos adicionais” para assegurar uma gestão adequada da água no local.
LUSA/HN
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