Gâmbia prossegue recolha de medicamentos suspeitos de causar morte de crianças

22 de Outubro 2022

A Gâmbia lançou esta sexta-feira a segunda fase de recolha de vários medicamentos suspeitos de causar a morte de 70 crianças por insuficiência renal aguda, anunciou o Ministério da Saúde.

Todos os xaropes para tosse e constipações em circulação no país serão recolhidos pelas autoridades de saúde, assim como todos os produtos farmacêuticos fabricados pelo laboratório Maiden Pharmaceuticals, cuja fábrica na Índia foi fechada.

As autoridades gambianas e a OMS abriram investigações para avaliar se as 70 crianças morreram em consequência daqueles medicamentos, que continham segundo a agência da ONU, quantidades “inaceitáveis” de dietilenoglicol e etilenoglicol, comummente usado como anticongelante e cuja ingestão pode ser fatal.

A OMS emitiu um alerta no início de outubro e pediu que os xaropes fossem retirados de circulação.

Este tipo de medicamentos apenas circulou na Gâmbia, mas a OMS havia afirmado que era possível que fossem distribuídos noutros países, por meio de canais informais amplamente utilizados por medicamentos, em particular em África.

Na quarta-feira, as autoridades indonésias anunciaram a suspensão de todas as vendas e prescrições de xaropes médicos após a morte de quase 100 crianças por insuficiência renal aguda este ano, especificando que os xaropes importados para a Gâmbia não foram vendidos na Indonésia.

Para o diretor da Maiden Pharmaceuticals, Naresh Goyal, citado pelo jornal indiano The Economic Times, os xaropes produzidos pelo seu laboratório não são responsáveis ​​pela morte das crianças.

A Maiden Pharmaceuticals já havia chamado a atenção dos reguladores indianos várias vezes.

A Agência Federal de Alimentos e Medicamentos da Índia emitiu quatro avisos ao laboratório, descrevendo o fabrico como “medíocre” após a realização de testes em lotes, segundo o seu portal eletrónico.

A pedido dos parlamentares da Gâmbia, está marcada para 26 de outubro uma sessão extraordinária da Assembleia Nacional para debater esta “emergência nacional de saúde pública”.

LUSA/HN

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