Saúde mental no desporto em foco em sessão da Comissão de Atletas Olímpicos

24 de Outubro 2022

A saúde mental de atletas, quer durante a carreira, quer após o seu término, é o foco de uma ‘Power Talk’, organizada pela Comissão de Atletas Olímpicos na quarta-feira, em que o tema é olhado “não como um problema”.

O evento vai decorrer na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa, e insere-se numa série de palestras e conferências organizadas pela Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), que aproveitou o mês de outubro para se dedicar a este tema, explica à Lusa a presidente, Diana Gomes.

Arranca com uma palestra do professor universitário belga Paul Wylleman, que trabalha nas áreas de psicologia desportiva e gestão de carreira, passou mais de oito anos com a equipa olímpica dos Países Baixos, no Rio2016 e em Tóquio2020, e agora acompanha a Bélgica.

Wylleman “centra as suas pesquisas e investigações numa perspetiva holística do desenvolvimento de carreira e de competências psicológicas para atletas e em apoio de saúde mental e psicológico para treinadores de equipas de trabalho com o desporto de topo”.

Segue-se um debate com várias figuras ligadas ao desporto, desde a psicóloga Ana Bispo Ramires à atleta olímpica Joana Ramos, agora treinadora, mas também uma esposa e um pai de atletas, bem como o diretor desportivo do COP, Pedro Roque.

“Vai ser fantástico conseguir ter as perspetivas de todas as pessoas que estão à volta dos atletas”, considera Diana Gomes.

O objetivo, diz à Lusa a presidente da CAO, é falar de saúde mental no desporto “não como um problema, um tabu ou um estigma, mas como parte do treino e apoio à performance do atleta”.

“Mas também [falar] pelo bem-estar geral do atleta, do que a pessoa precisa, e também do seu entorno. Por isso vamos falar com um pai, uma esposa, também o diretor desportivo do COP, e uma atleta que trabalha como treinadora”, explica.

Diana Gomes reforça ainda o papel dos atletas em quebrar o estigma e o secretismo em torno do tema, bem como alguma vergonha, porque “por vezes as pessoas não têm capacidade de respirar, de desabafar com amigos ou familiares”, e podem procurar um profissional especializado.

“Não temos de ter problema em dizer: ‘eu tenho este tipo de acompanhamento, não é por um problema, é porque me sinto melhor ao tê-lo, mais completa, mais feliz’. Temos todos de ter noção disso”, lembra.

LUSA/HN

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