O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, avançou à agência Lusa que o mapa de vagas para formação de médicos especialistas em 2023 é o “maior de sempre”, totalizando 2.054, mais 115 do que este ano, em que foram abertas 1.939 vagas.
“No concurso deste ano, que diz respeito aos internos que iniciarão a sua formação especializada a 1 de janeiro de 2023, o crescimento de vagas é significativo em diversas especialidades, estando já identificada a necessidade de continuar a reforçar, no futuro, a abertura de novas vagas em linha com as necessidades do SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, acrescenta o Ministério da Saúde em comunicado.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), Francisco Pêgo, disse ver com “bons olhos” este aumento de vagas, adiantando que a associação tem uma “posição clara” sobre este assunto.
“Nós temos que olhar para a formação médica com o objetivo de dar a possibilidade de recém-graduados em Medicina acederem à formação especializada, porque é assim que se conseguem diferenciar e contribuir da melhor forma para a saúde das populações e, por isso, isto é visto com bons olhos”, afirmou.
Francisco Pêgo defendeu que deve procurar conferir-se “o maior número possível” de vagas para acesso à formação especializada, mas disse que é preciso ter dois cuidados.
“O primeiro cuidado é o de fazermos com base em ‘standards’, em padrões internacionais de qualidade e da formação. Ou seja, este aumento não pode ser um aumento simplesmente pela tentativa de aumento, tem que ser um aumento com a garantia de qualidade da formação pós graduada”, referiu.
O segundo cuidado é “cobrir todo esse processo de muita transparência, ou seja, ser muito claro que ao abrir x vagas, e não abrir ‘x’ mais 1, ou ‘x’ menos 1, é o melhor número de vagas que eu consigo abrir”.
“Também neste sentido da transparência do processo de disponibilização de vagas para a formação pós graduada, existe algo que falámos ontem [domingo] no Congresso Nacional de Estudantes de Medicina que é muito importante: a partir do momento em que tornarmos cada vez mais informatizado, cada vez mais disponibilizado o processo de obtenção de vagas de formação especializada a partir dos serviços, a partir dos hospitais, a partir dos centros de saúde mais transparentes conseguiremos ser neste processo”, salientou.
No seu entender, há um caminho de informatização e de digitalização em todos os processos associados ao internato médico que os estudantes consideram que também vai contribuir para “o aumento do número de vagas, mas também para a transparência do processo de atribuição de vagas”.
“Para o concurso de 2023, do total de 2.343 médicos inscritos, 1.819 são candidatos pela primeira vez, por estarem a terminar o ano de formação geral, o que significa que existem vagas para todos os médicos que se formaram recentemente no país”, refere o Ministério da Saúde.
A elaboração do mapa de vagas resulta de “um trabalho intenso” da Administração Central do Sistema de Saúde, em cooperação com a Ordem dos Médicos, que o Ministério da Saúde diz que quer intensificar para “instituir uma cultura de planeamento e previsibilidade, que permita alinhar a formação de médicos especialistas com a necessidade do país nas diferentes especialidades”.
LUSA/HN
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