De acordo com o fornecedor chinês de informações de voo Flight Master, o Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun cancelou já 888 voos, após ter diagnosticado 527 casos de covid-19, no domingo. Os voos correspondem a quase 75% do total.
Cantão é a capital da província de Guangdong, a província chinesa mais exportadora e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adotada pelo país no final dos anos 1970.
Guangdong faz fronteira com Macau e Hong Kong.
Também os aeroportos de Zhengzhou e Hohhot, as capitais das províncias de Henan e da Mongólia Interior, respetivamente, cancelaram hoje quase todos os voos, segundo o Flight Master.
Zhengzhou e Hohhot cancelaram 633 e 266 voos, respetivamente.
Zhengzhou, com 10 milhões de habitantes, reportou 95 novos casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 82 são assintomáticos. Hohhot, com 2,8 milhões de habitantes, diagnosticou 151 infeções, entre as quais 144 são assintomáticas.
Cancelamentos e atrasos também foram registados em outros grandes aeroportos do país. Pequim cancelou mais de 75% dos voos programados.
Em Xangai, os cancelamentos afetaram 70% dos voos de e para o aeroporto de Pudong e 44% dos voos no aeroporto de Hongqiao.
A altamente contagiosa variante Ómicron do novo coronavírus obrigou as autoridades chinesas à imposição de medidas de confinamento cada vez mais extremas e frequentes, para salvaguardar a estratégia de ‘zero casos’, assumida como um triunfo político pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping.
A indústria de aviação civil da China foi uma das mais afetadas: a imprensa chinesa informou recentemente que as oito companhias aéreas chinesas listadas em bolsa registaram perdas conjuntas de 106.000 milhões de yuans (14.647 milhões de euros), entre janeiro e setembro.
As autoridades de saúde do país reiteraram recentemente que a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 é a “mais económica e científica”, porque “deteta rapidamente novas infeções e contém a propagação ao menor custo e o mais rapidamente possível”.
As autoridades defendem que esta estratégia salvou milhões de vidas.
LUSA/HN
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