Cantão cancela 888 voos após detetar centenas de casos do novo coronavírus

1 de Novembro 2022

A cidade de Cantão, no sudeste da China, cancelou 888 voos, nos últimos dois dias, face a um aumento de casos de covid-19, ilustrando a crescente disrupção causada pela estratégia ‘zero covid’ do Governo chinês.

De acordo com o fornecedor chinês de informações de voo Flight Master, o Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun cancelou já 888 voos, após ter diagnosticado 527 casos de covid-19, no domingo. Os voos correspondem a quase 75% do total.

Cantão é a capital da província de Guangdong, a província chinesa mais exportadora e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adotada pelo país no final dos anos 1970.

Guangdong faz fronteira com Macau e Hong Kong.

Também os aeroportos de Zhengzhou e Hohhot, as capitais das províncias de Henan e da Mongólia Interior, respetivamente, cancelaram hoje quase todos os voos, segundo o Flight Master.

Zhengzhou e Hohhot cancelaram 633 e 266 voos, respetivamente.

Zhengzhou, com 10 milhões de habitantes, reportou 95 novos casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 82 são assintomáticos. Hohhot, com 2,8 milhões de habitantes, diagnosticou 151 infeções, entre as quais 144 são assintomáticas.

Cancelamentos e atrasos também foram registados em outros grandes aeroportos do país. Pequim cancelou mais de 75% dos voos programados.

Em Xangai, os cancelamentos afetaram 70% dos voos de e para o aeroporto de Pudong e 44% dos voos no aeroporto de Hongqiao.

A altamente contagiosa variante Ómicron do novo coronavírus obrigou as autoridades chinesas à imposição de medidas de confinamento cada vez mais extremas e frequentes, para salvaguardar a estratégia de ‘zero casos’, assumida como um triunfo político pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping.

A indústria de aviação civil da China foi uma das mais afetadas: a imprensa chinesa informou recentemente que as oito companhias aéreas chinesas listadas em bolsa registaram perdas conjuntas de 106.000 milhões de yuans (14.647 milhões de euros), entre janeiro e setembro.

As autoridades de saúde do país reiteraram recentemente que a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 é a “mais económica e científica”, porque “deteta rapidamente novas infeções e contém a propagação ao menor custo e o mais rapidamente possível”.

As autoridades defendem que esta estratégia salvou milhões de vidas.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ronaldo Sousa: “a metáfora da invasão biológica é uma arma contra os migrantes”

Em entrevista exclusiva ao Health News, o Professor Ronaldo Sousa, especialista em invasões biológicas da Universidade do Minho, alerta para os riscos de comparar migrações humanas com invasões biológicas. Ele destaca como essa retórica pode reforçar narrativas xenófobas e distorcer a perceção pública sobre migrantes, enfatizando a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para políticas migratórias mais éticas

OMS alcança acordo de princípio sobre tratado pandémico

Os delegados dos Estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram este sábado, em Genebra, a um acordo de princípio sobre um texto destinado a reforçar a preparação e a resposta global a futuras pandemias.

Prémio Inovação em Saúde: IA na Sustentabilidade

Já estão abertas as candidaturas à 2.ª edição do Prémio “Inovação em Saúde: Todos pela Sustentabilidade”. Com foco na Inteligência Artificial aplicada à saúde, o concurso decorre até 30 de junho e inclui uma novidade: a participação de estudantes do ensino superior.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights