“Sempre que o limite é ultrapassado, há uma preocupação, mas isto não se vai resolver de um dia para o outro. Vai resolver-se com medidas integradas em todo o sistema de saúde”, afirmou Manuel Pizarro.
O ministro da Saúde falava em declarações aos jornalistas no final da sessão de apresentação da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorreu no Infarmed, em Lisboa, presidida pelo primeiro-ministro.
Questionado sobre um relatório divulgado ontem pela Entidade Reguladora da Saúde sobre os tempos de espera no SNS, que aponta o aumento dos tempos de espera por consultas e cirurgias no primeiro semestre, face a 2021, Manuel Pizarro disse ainda não conhecer o documento, mas justificou os resultados com o pico da pandemia de covid-19 registado no início do ano passado.
Ainda assim, o governante admitiu que os dados terão de ser estudados e merecem a preocupação do Governo, sublinhando que “o objetivo é melhorar o acesso dos doentes”.
“É um problema crónico de que, ano após ano, vamos ouvindo falar e sua primeira expressão é o acesso excessivo das pessoas aos serviços de urgência”, acrescentou, referindo que a resposta tem de passar por “criar portas diferentes para as pessoas acederem com facilidade a cuidados de saúde”.
Melhorar o serviço de urgência, por exemplo através da criação da especialidade de Medicina de Urgência, chumbada pela Ordem dos Médicos, poderá ser uma hipótese, admitiu.
Por outro lado, Manuel Pizarro referiu que melhorar, de forma generalizada, o SNS implica agir em todos os domínios, desde os cuidados de saúde primários, hospitalares, cuidados continuados e paliativos e rede de emergência médica.
O governante sublinhou também a importância dos contratos-programa assinados com todos os hospitais sobre a atividade prevista para 2023. Nesse âmbito, está prevista a realização de mais de 12.326.000 consultas (mais 15,7% face a 2019), mais de 3.657.000 primeiras consultas hospitalares (mais 29,7%) e mais de 660.000 cirurgias, um aumento de 38% de cirurgias comparativamente a 2019.
A propósito dos cuidados de saúde primários, o ministro disse que a aposta do Governo é a criação de unidades de saúde familiar e, posteriormente, a sua transição para um modelo em que a remuneração dos profissionais está a associada ao seu desempenho.
“Isto é bom para os utentes, que têm melhor acesso e acesso mais qualificado, mas também para os profissionais, que têm melhor remuneração”, afirmou.
LUSA/HN
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