Em comunicado enviado à agência Lusa, a autarquia, liderada pelo PS, revelou ter solicitado, na quinta-feira, uma reunião, “com caráter de urgência, ao Ministério da Saúde”, liderado pelo ministro Manuel Pizarro, para, em conjunto com a tutela, “encontrar as soluções que melhor sirvam os interesses dos habitantes do concelho”.
“O Município de Aljustrel quer fazer parte das soluções e, nesta matéria, que se reveste da maior importância, não se demite de ser um parceiro atento e empenhado”, acrescentou.
O pedido de reunião ao Governo surge depois de um encontro, na quinta-feira, entre o presidente da autarquia, Carlos Teles, e a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), Conceição Margalha, onde foram abordadas as “preocupações” do município relativamente à área da Saúde.
No comunicado enviado à Lusa, a Câmara de Aljustrel sustentou que o momento de pós-pandemia que se vive “veio colocar ainda em maior evidência as carências que já se verificavam” no território “ao nível dos serviços de saúde”.
“Esta situação tem vindo a agravar-se com a saída, por diversas razões, de vários médicos que prestavam serviços de medicina geral e familiar no concelho”, onde “praticamente uma em cada três pessoas não tem acesso a médico de família”, acrescentou.
Para a câmara, “é especialmente grave que o número de habitantes sem cobertura de médico de família, em Aljustrel e nas freguesias, tenha, inclusive, aumentado exponencialmente nos últimos tempos”.
“Como é possível que, sendo Medicina um dos cursos mais dispendiosos para o erário público português, se possa permitir que os médicos recém-formados vão exercer diretamente para o estrangeiro ou para o sistema privado”, questionou a autarquia.
Ou que “centenas de médicos estrangeiros estejam a passar por processos de certificação ‘labirínticos’ para acederem à profissão em Portugal”, perguntou também o município.
Para ultrapassar este problema, a câmara municipal “tem já em discussão pública o projeto do Regulamento Municipal de Apoio à Fixação de Médicos no Concelho de Aljustrel, que prevê a atribuição de apoios à aquisição e aluguer de habitação e deslocação de médicos no concelho”, pode ler-se no comunicado.
Em simultâneo, a autarquia defendeu ainda “o atendimento médico 24 horas por dia em Aljustrel, serviços de exames a funcionar e um centro de saúde e extensões de saúde dotados de recursos humanos e técnicos que respondam às necessidades das populações”, acrescentou.
“O Município de Aljustrel irá bater-se por esta causa, porque a Saúde é um direito e uma prioridade e estará sempre ao lado dos cidadãos do concelho na defesa dos seus direitos, sendo, se necessário, uma voz dissonante, sempre que sentir que não estão a ser acautelados os interesses e os direitos das populações”, asseverou.
LUSA/HN
0 Comments